O Banco Central do Chile decidiu reduzir os juros em 0,75 ponto porcentual, a 1,00%, e também implementou “um conjunto de medidas adicionais orientadas para o bom funcionamento do mercado financeiro”. As medidas foram adotadas nesta segunda-feira, em reunião extraordinária.

O BC chileno diz em comunicado que a decisão relativa aos juros foi tomada por 3 votos a 2 – os dois votos eram por um corte menor, de 0,50 pontos-base. “A decisão sobre as medidas adicionais foi tomada por unanimidade.”

A instituição afirma que o cenário macroeconômico enfrentado pela economia chilena tem sofrido “uma deterioração rápida e significativa”, por causa da “expansão global” do coronavírus e das “turbulências financeiras associadas”, o que afeta negativamente a economia, as famílias e as empresas. Embora os números da economia do Chile ainda não incorporem os efeitos dos problemas, o ritmo do avanço da doença no país, as medidas sanitárias já adotadas pelas autoridades e o quadro em outros países “sugerem que os impactos nas vendas e fluxos de caixa das empresas afetadas poderiam ser significativos, em particular para pequenas e médias empresas”, diz o comunicado.

Além do corte de juros, o BC decidiu abrir para os bancos uma linha de financiamento, condicionada ao aumento dos empréstimos dos bancos. Essa linha valerá por seis meses e os prazos dos créditos outorgados por ela, conhecida pela sigla FCIC, será de até quatro anos. Além disso, as medidas incluem a incorporação de bônus corporativos dentro dos colaterais elegíveis para todas as operações de liquidez em pesos vigentes; e o início de um programa de compra de bônus bancários de até US$ 4 bilhões. O BC ainda diz ainda que estenderá o prazo do programa de venda de divisas até 9 de janeiro de 2021.

O conselho do BC avalia que essas medidas ajudarão a economia a se ajustar ao novo cenário, mitigando o impacto para os chilenos e as empresas. O BC informa ainda que sua próxima reunião está marcada para 31 de março.