Um tribunal de arbitragem decidiu a favor da Chevron, gigante americana do setor de energia, contra a ExxonMobil, que disputava a propriedade de parte de um enorme campo de petróleo na Guiana, uma vitória que permitiu que ela concluísse a compra da Hess Corporation.
A Chevron “concluiu sua aquisição do grupo Hess depois de cumprir todas as condições necessárias, incluindo a arbitragem favorável com relação ao ativo da Hess na Guiana”, disse o grupo nesta sexta-feira (18) em um comunicado.
No final de 2023, a Chevron havia anunciado a compra da Hess por 53 bilhões de dólares (293,9 bilhões de reais, na cotação atual), motivada especialmente por sua participação no imenso campo da costa de Stabroek, na Guiana. Esse novo El Dorado da exploração de petróleo pertencia à ExxonMobil (45%), à empresa chinesa Cnooc (25%) e à Hess (30%).
Cada um deles poderia rejeitar a aquisição do campo por um terceiro, um argumento usado pela ExxonMobil para se opor às intenções da Chevron.
Sua disputa foi objeto de um longo procedimento de arbitragem, que acaba de ser decidido em favor da Chevron. A Chevron já havia indicado em fevereiro de 2024 que poderia renunciar a Hess em caso de uma decisão desfavorável.
A ExxonMobil discordou da interpretação da Câmara de Comércio Internacional (ICC), mas a acatou.
“Discordamos da interpretação do painel da ICC, mas respeitamos a arbitragem e o processo de resolução de disputas”, disse um porta-voz da ExxonMobil à AFP.
“Dado o valor significativo que criamos no desenvolvimento dos recursos na Guiana, acreditamos que tínhamos o dever claro de exercer nossos direitos de preferência”, continuou, enfatizando que isso era para proteger os grandes investimentos feitos “em um momento em que ninguém sabia se essa iniciativa seria bem-sucedida”.
O campo, considerado a maior descoberta em dez anos e contendo mais de 11 bilhões de barris de petróleo equivalente, agora é propriedade da ExxonMobil (45%), Cnooc (25%) e Chevron (30%). “Damos as boas-vindas à Chevron”, disse o porta-voz da ExxonMobil.
Em conexão com a integração da Hess, a Chevron disse nesta sexta-feira que emitirá aproximadamente 301 milhões de ações para trocar com os acionistas da Hess em uma proporção de 1,0250 ações da Chevron para cada ação da Hess.
Essa absorção deve gerar um fluxo de caixa positivo por ação a partir de 2025 e espera-se que gere 1 bilhão de dólares (5,5 bilhões de reais) em sinergias de custos, em uma base anual, até o final do ano.
O orçamento de investimento disponível para a Chevron em seu novo perímetro deve ficar entre 19 e 22 bilhões de dólares (entre 105,3 e 122 bilhões de reais).
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