A montadora chinesa Chery, que opera com ociosidade de 90% em sua fábrica no Brasil, espera reduzir esse nível para algo entre 70% e 80% no ano que vem, afirmou o vice-presidente da filial brasileira, Luis Curi. “Não vai ser o ano em que vamos recuperar o atraso”, disse o executivo, que participa do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo.

A fábrica, construída em Jacareí (SP) e inaugurada em 2014, tem capacidade para produzir 50 mil veículos por ano, mas terminará 2016 com apenas 5 mil. A projeção para 2017 é elevar o volume para algo entre 10 mil e 15 mil unidades, com o início da fabricação de três novos modelos. Para 2018, o objetivo é que o volume suba para 24 mil, ou 50% da capacidade. “Foi esse o compromisso assumido com a matriz na China”, disse.

Hoje, a produção está suspensa até o fim do ano, com todos os funcionários, cerca de 500, em regime de lay-off (suspensão temporária de contratos).

Para minimizar as perdas, a montadora tem buscado entrar em outros mercados da América do Sul, por meio da exportação de unidades produzidas no Brasil. “Começar a homologar os carros em alguns países e agora vai depender muito da formação de preço e custo”, disse o executivo, acrescentando que a ideia é começar pela Argentina. “Mas sendo realista, a nossa logística está um pouco complicada”, lamentou.

Curi afirmou ainda que, quando a montadora começar a exportar para outros países sul-americanos, a expectativa é que o volume exportado represente algo entre 10% e 15% da produção no Brasil.

Mesmo que os objetivos de produção e exportação não sejam atingidos, Curi garantiu que a Chery não cogita sair do Brasil. “A Chery é uma estatal chinesa que tem R$ 1,2 bilhão investido no País e nosso projeto é virar um polo de abastecimento para outros países da América do Sul”, disse.