Há alguns meses era dada como certa a vitória – até mesmo no primeiro turno – do meliante de São Bernardo, Lula da Silva, sobre Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto – ‘Pô, Ricardo, por que você tem sempre que adjetivar esses dois’? Bem, primeiro porque me divirto com isso, hehe. Segundo, porque ambos são o que são.

Com o naufrágio antecipado da tal terceira via, que jamais deixou de ser um sonho de quem, como eu, abomina os dois principais postulantes à Presidência, e com as derrapadas frequentes do líder do petrolão e mensalão (e não foi?), a chance de reeleição do amigão do Queiroz (e não é?) cresceram bastante nos últimos dois meses.

O governo federal rasgou de vez a fantasia de ‘liberal’ e mergulhou fundo, de cabeça e tudo, no populismo eleitoreiro que, historicamente, explode os cofres públicos e deixa uma herança verdadeiramente maldita para o sucessor – ainda que seja o mesmo. Não é à toa o fracasso dos segundos governos de Lula, Dilma e FHC (Collor foi defenestrado antes).

Vença quem vencer, uma coisa é certa: herdará um País em frangalhos, como jamais visto nas últimas duas décadas e meia. Desde a eleição de Fernando Henrique, em 1994, o Brasil não era recebido por um presidente em tão má situação assim. Aliás, no caso atual, além do cataclisma sócio-econômico, temos um ambiente político dos piores também.

A diferença nas pesquisas eleitorais, que já foi de até 20 pontos entre o pai do Ronaldinho dos Negócios e o patriarca do clã das rachadinhas (e não são?), hoje beira 5 pontos no primeiro turno. Em socorro à ‘alma mais honesta deste País’ (não; não é!), a espetacular rejeição do devoto da cloroquina (e não é?), que o impede de crescer no segundo turno.

Por mim, tanto faz como tanto fez. Entre um corrupto de dez dígitos ou outro de seis; entre um populista autocrata de esquerda ou outro de direita; entre um velho-velhaco mofado de cabelos brancos ou outro tingido; entre um oceano de mentiras, de um lado ou de outro, escolho nenhum dos dois. Dessa vez, prefiro ficar em paz com a minha consciência.