OBSESSÃO A exploração do espaço é liderada por empresas privadas há anos: recursos vastos (Crédito:Divulgação)

Explorar o espaço tem sido uma obcessão humana desde que o homem pisou na Lua, no dia 20 de julho de 1969, graças ao Programa Apollo 11, subsidiado pelo governo norte-americano. Todavia, especialistas acreditam que os próximos anos serão marcados pelo domínio do setor privado no que diz respeito às corridas espaciais, sobretudo por conta da vasta tecnologia que possuem. É o caso da SpaceX, empresa fundada por Elon Musk, bilionário sul-africano que também é dono da Tesla Motors. A SpaceX comemora a aproximação do Tesla Roadster de Marte, carro lançado em fevereiro de 2018 como carga do Falcon Heavy, um dos foguetes mais poderosos fabricados pelo homem, atrás apenas do Saturn V, que levou os primeiros astronautas para a Lua. O feito prova que a empresa de Musk é a referência tecnológica na nova era das explorações espaciais, servindo de modelo para órgãos como a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA).

“Guiado” por um boneco apelidado de Starman, trajado de astronauta, o carro nunca esteve tão perto do ‘planeta vermelho’, cerca 0,05 unidades astronômicas ou 8 milhões de quilômetros. O veículo apresenta uma placa com os nomes dos 6 mil funcionários da SpaceX, além de dois dizeres: ‘Não entre em pânico’, escrito no painel e ‘Feito por humanos da Terra’, gravado na placa de circuitos. Desde que foi lançado, percorreu bilhões de quilômetros e atualmente está viajando a 61.400 km/h. O carro não possui um interesse cientifico especifico, mas sim comercial. A ideia era mostrar a capacidade de carga do foguete da empresa e atrair futuros clientes ou parceiros. “Tem muito dinheiro envolvido nisso, poucas empresas no mundo operam como a SpaceX”, ressalta Eduardo Janot, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP). “Mas é puro marketing. O Musk é um grande empreendedor, sabe captar investimentos, fazer negócios e parcerias”, completa.

Empresas privadas

“É puro marketing, não existe interesse cientifico nesse projeto e sim comercial” – Eduardo Janot, professor da USP (Crédito:Divulgação)

O Tesla Roadster foi um aperitivo, porém, o prato principal se chama Falcon Heavy, criação que mudou o patamar da empresa no mercado. O foguete de 70 metros de altura e 27 motores pode carregar 63,8 toneladas na órbita baixa da Terra e foi considerado um primor tecnológico por diversos motivos, como a potência e o custo. Estima-se que seu custo foi de US$ 90 milhões. Para se ter ideia, o Space Launch System, projeto semelhante ao Falcon, criado pela NASA, tem o valor estimado em US$ 1 bilhão. “A SpaceX provou que pode produzir material para viagens espaciais como nenhuma outra empresa no mundo” diz Janot. “A NASA e outras agências queriam a participação de empresas privadas e, em breve, elas dominarão o setor”, afirma.


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