O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, classificou neste sábado (6) a guerra em Gaza como uma “traição à humanidade”.

Em comunicado divulgado na véspera do dia em que se completam seis meses de conflito entre Israel e o Hamas, Griffiths fez um apelo a uma “determinação coletiva para que haja uma responsabilização por esta traição à humanidade”.

“A cada segundo este conflito faz mais vítimas civis (…), continua-se plantando as sementes de um futuro profundamente obscurecido por este conflito implacável”, afirmou ele, que deixará o cargo no final de junho por motivos de saúde.

Griffiths lamentou “a perspectiva excessiva de uma nova escalada em Gaza, onde ninguém está seguro e não há nenhum lugar seguro para ir”.

Acrescentou ainda que “uma operação de ajuda já frágil continua sendo prejudicada por bombardeios, pela insegurança e a negação de acesso” por parte de Israel.

“Neste dia, o meu coração está com as famílias dos mortos, feridos ou mantidos como reféns, e com aqueles que enfrentam o sofrimento particular de não saber a situação de seus entes queridos”, disse ele no comunicado.

A guerra eclodiu em 7 de outubro com um ataque sem precedentes de combatentes do Hamas a partir de Gaza, matando 1.170 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses.

O grupo islamista também sequestrou cerca de 250 pessoas (israelenses e estrangeiros), das quais cerca de 130 permanecem em Gaza, incluindo os 34 que teriam morrido, segundo militares israelenses.

Israel, que prometeu destruir o Hamas, bombardeia de forma incessante a Faixa de Gaza por ar, terra e mar, deixando pelo menos 33.137 mortos, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007.

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