Chefe do Pentágono propõe ‘reviver’ presença militar dos EUA no Panamá

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, propôs nesta quarta-feira (9) a ideia de que tropas americanas retornem ao Panamá para “garantir a segurança” do canal, uma sugestão que poderia enfrentar uma oposição feroz no país centro-americano.

“Através de exercícios conjuntos rotativos […] é uma oportunidade para reviver, seja a base militar, a estação aeronaval, lugares onde as tropas americanas possam trabalhar com as tropas panamenhas” na segurança do canal, afirmou Hegseth em coletiva de imprensa na Cidade de Panamá.

O chefe do Pentágono agradeceu ao Panamá por ter acolhido tropas americanas nestes dias para exercícios conjuntos de segurança na via interoceânica, o que se faz com frequência com militares de países da região.

“Acolhemos com satisfação a oportunidade de ter uma maior presença de tropas aqui junto dos panamenhos para assegurar a soberania do Canal do Panamá”, acrescentou Hegseth.

Em março, a NBC News, citando dois funcionários americanos que não identificou, afirmou que a Casa Branca havia “ordenado às Forças Armadas dos Estados Unidos que elaborem opções para aumentar a presença de tropas americanas no Panamá”.

A versão da NBC News sobre um aumento da presença militar causou surpresa e mal-estar no Panamá, posto que não há tropas americanas no país há 25 anos, exceto para exercícios conjuntos ocasionais.

Os Estados Unidos iniciaram em 1994 o processo de retirada de suas bases militares, instaladas como proteção da via interoceânica, para entregarem o canal ao Panamá em 31 de dezembro de 1999.

O Panamá desmantelou o Exército após a invasão de Estados Unidos em dezembro de 1989 para capturar o ex-ditador Manuel Antonio Noriega, acusado de tráfico de drogas.

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