Os Estados Unidos não irão se retirar unilateralmente do Afeganistão, declarou nesta quinta-feira o chefe do Pentágono, Patrick Shanahan, enquanto a Otan espera que o governo afegão participe das negociações de paz com o Talibã para acabar com 17 anos de guerra.

“Não haverá redução unilateral de tropas. Essa foi uma das mensagens da reunião de hoje. Será coordenada. Trabalhamos juntos”, disse Shanahan depois de uma reunião de ministros da Defesa da Otan, que conduz uma missão de apoio e treinamento no país.

O presidente americano Donald Trump quer acabar com a intervenção militar de seu país no Afeganistão, onde ainda há 14 mil soldados destacados, aumentando os temores de que Washington possa deixar o paós antes de garantir um acordo de paz duradouro.

Os Estados Unidos lideram as negociações de paz com os talibãs em busca de um avanço no conflito. Os islamitas anunciaram na quarta-feira uma nova rodada de discussões em Islamabad.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, advertiu contra qualquer atraso na participação do governo afegão do presidente Ashraf Ghani no processo, dizendo que, sem ele, uma paz duradoura não será possível.

O enviado americano para a paz no Afeganistão, Zalmay Khalilzad, expressou recentemente sua esperança de chegar a um acordo antes das eleições presidenciais no Afeganistão, marcadas para julho.

Washington, que expulsou o Talibã do poder em 2001 após uma invasão do país, realizou importantes negociações com líderes do grupo extremista no Catar no mês passado, como parte dos esforços para convencê-los a negociar com o governo de Ghani.

O próprio Ghani expressou frustração com as negociações que estão sendo realizadas sem ele sobre o futuro do Afeganistão.

“É muito importante que o governo afegão seja totalmente integrado ao processo de paz o mais rápido possível”, disse Stoltenberg, “para garantir que qualquer acordo de paz seja totalmente cumprido”.