11/09/2024 - 18:00
O chefe do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, propôs, nesta quarta-feira (11), a aprovação de uma resolução para instar o presidente Nicolás Maduro a romper relações com a Espanha, após os questionamentos sobre a reeleição do mandatário, denunciada como uma fraude pela oposição.
Rodríguez pediu à Comissão de Política Externa do Legislativo que aprove uma resolução, que depois deverá ser ratificada em plenário, “instando” o Executivo a “romper imediatamente todas as relações diplomáticas, todas as relações comerciais, todas as relações consulares” com a Espanha.
A medida é uma resposta a uma resolução aprovada por deputados espanhóis que pede ao governo de esquerda de Pedro Sánchez que reconheça o opositor Edmundo González Urrutia – exilado na Espanha – como vencedor das eleições de 28 de julho.
“Que se retirem daqui todos os representantes da delegação do governo do Reino da Espanha e todos os consulados e todos os cônsules, e que tiremos os nossos de lá!”, clamou Rodríguez.
“Que cessem os voos da Espanha com destino à e saindo da Venezuela em companhias aéreas espanholas” e “que todas as atividades comerciais de empresas espanholas sejam cessadas imediatamente!”, acrescentou.
Cento e setenta e sete deputados espanhóis aprovaram nesta quarta, contra 164 votos, a proposta para o reconhecimento de González Urrutia.
A resolução do Congresso espanhol é simbólica, pois o Executivo de Pedro Sánchez não é obrigado a segui-la.
Sánchez tem exigido até agora, de acordo com a posição da União Europeia, que sejam divulgadas as atas eleitorais das presidenciais, mas sem reconhecer a vitória da oposição.
Além disso, a proposta votada pede ao governo que “lidere o reconhecimento de Edmundo González nas instituições europeias e instâncias internacionais, com o objetivo de garantir que, em 10 de janeiro de 2025, assuma como novo presidente da Venezuela”.
González Urrutia chegou a Madri no domingo em um voo fretado pelo governo espanhol para receber asilo político.
Rodríguez acusou a Espanha de se tornar um “refúgio” para “homicidas”, “golpistas” e “violentos”.
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