Ainda não está na hora de o Banco Central Europeu (BCE) começar a reverter sua política de estímulos monetários, afirmou hoje o presidente do BC da França, François Villeroy de Galhau, rejeitando críticas da Alemanha de que a política da zona do euro seria exageradamente acomodatícia.

O comentário veio no mesmo dia em que a agência de estatísticas alemã, a Destatis, publicou dados sugerindo que o avanço nos salários da maior economia da Europa não reflete riscos inflacionários.

Em discurso na Alemanha, o chefe do BC francês disse não concordar com a avaliação de que a política monetária do BCE seja muito generosa.

Villeroy de Galhau citou a taxa de desemprego da zona do euro, que em janeiro caiu ao menor nível desde 2009, e notou que a recuperação está se espalhando por todos os países da região.

“Agora, a questão que vem à mente, principalmente aqui na Alemanha, é se, dado esse progresso, deveríamos parar de buscar uma política monetária acomodatícia. A essa altura, a resposta é claramente não”, disse ele.

Segundo Villeroy de Galhau, sem estímulos monetários, a recuperação da inflação não seria sustentável ou duradoura na zona do euro. “É por isso que estamos mantendo uma postura acomodatícia e, ao mesmo tempo, adaptando sua intensidade,” comentou.

Na reunião deste mês, o BCE decidiu manter inalterada sua estratégia para a política monetária. A partir de abril, o BCE vai reduzir suas compras mensais de bônus soberanos e outros ativos, de 80 bilhões de euros para 60 bilhões de euros.

Analistas preveem que o BCE sinalizará uma retirada gradual das compras em algum momento deste ano. Fonte: Dow Jones Newswires.