17/07/2024 - 12:31
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, denunciou nesta quarta-feira (17) a prisão de seu chefe de segurança, a 11 dias das eleições presidenciais de 28 de julho, detenção que se soma às de outras cem pessoas de sua equipe neste ano.
Milciades Ávila, um ex-policial a serviço de Machado há 10 anos, “foi sequestrado pelo regime sob acusação de violência de gênero”, escreveu Machado na rede social X.
“Faço um alerta ao mundo sobre a escalada de repressão de (presidente Nicolás) Maduro contra aqueles que trabalham na campanha ou nos ajudam em qualquer parte do país”, acrescentou.
As autoridades ainda não se pronunciaram sobre este caso, que segundo Machado está relacionado a um incidente que ocorreu junto ao candidato presidencial opositor Edmundo González em uma venda de sanduíches em La Victoria (centro-norte), após um comício.
Um grupo de mulheres militantes do chavismo tentou confrontar González, Machado e sua equipe, conforme vídeos divulgados nas redes sociais. O prefeito da cidade posteriormente as homenageou e o estabelecimento foi fechado, assim como vários outros que serviram à líder da oposição.
“Aquele ato foi uma provocação planejada para nos deixar desprotegidos a 11 dias de 28 de julho”, continuou Machado. “Maduro tem feito da violência e da repressão sua campanha”.
Três dias atrás, a oposição denunciou outros nove detidos em quatro estados do país ligados a Machado. No caso de Ávila, Vente Venezuela, o partido da líder, afirmou que policiais “invadiram à força a residência onde ele se encontrava, violando todos os procedimentos legais”.
A ONG Foro Penal, dedicada à defesa de presos políticos, informou na terça-feira que contabiliza 102 prisões ligadas à campanha da oposição.
“Isto reflete um claro padrão de atuação contra ativistas, militantes ou mesmo colaboradores, pessoas que prestam serviços a esta opção política”, disse seu diretor, Gonzalo Himiob.
Maduro, que busca um terceiro mandato de seis anos, frequentemente insiste que a oposição conspira para derrubá-lo.