O chefe de inteligência militar dos Estados Unidos perderá seu cargo, após a saída de vários oficiais do alto escalão este ano, informou um funcionário da Defesa nesta sexta-feira (22).
A demissão do tenente-general Jeffrey Kruse ocorre após a Agência de Inteligência de Defesa (DIA) publicar uma avaliação preliminar que indicava que os ataques americanos contra o Irã em junho atrasaram o programa nuclear de Teerã em apenas alguns meses.
O relatório, amplamente divulgado pela imprensa americana, contradisse as afirmações do presidente Donald Trump de que os ataques destruíram completamente as instalações nucleares, o que enfureceu o republicano e alguns funcionários de seu governo.
“Ele não será mais diretor da Agência de Inteligência de Defesa”, declarou a fonte sob condição de anonimato, sem explicar o motivo da remoção de Kruse.
Desde que começou seu segundo mandato, em janeiro, Trump gerenciou um expurgo de altos funcionários, incluindo o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Charles Brown, que foi demitido sem explicação em fevereiro.
Entre os dispensados estão também os chefes da Marinha e da Guarda Costeira, o general que dirigiu a Agência de Segurança Nacional, o vice-chefe do Estado-Maior da Força Aérea, um almirante da Marinha designado à Otan e três advogados militares de alta patente.
Recentemente, David Allvin, chefe do Estado-Maior da Força Aérea, anunciou sua aposentadoria sem explicação após ter cumprido apenas dois dos quatro anos previstos para o cargo.
O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, tem insistido que o presidente está simplesmente escolhendo os líderes que deseja, porém, legisladores democratas têm expressado preocupações sobre uma possível politização das forças armadas americanas, tradicionalmente neutras.
No início deste ano, Hegseth ordenou a redução de pelo menos 20% no número de generais e almirantes de quatro estrelas em serviço ativo nas forças armadas e um corte de 10% no número total de generais e oficiais-generais.
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