O líder de um “grupo terrorista” com sede nos EUA acusado de planejar um ataque mortal no Irã em 2008 compareceu a um tribunal de Teerã no domingo (6), disse a Autoridade Judicial iraniana.
“O julgamento de Jamshid Sharmahd, chefe do grupo terrorista Tondar, começou hoje amanhã”, disse Mizan Online, uma agência de notícias da Autoridade Judicial.
Sharmahd é “acusado de ‘corrupção agravada’ (uma figura criminosa iraniana muito abrangente) por ter planejado e dirigido atos terroristas, incluindo um ataque com explosivos contra uma mesquita em Shiraz (sul), em 12 de abril de 2008, que causou a morte de 14 pessoas e ferido outras 300”, segundo esta fonte, citando a acusação.
O réu pode ser condenado à morte. De acordo com Mizan Online, o sistema de justiça iraniano também acusa Sharmahd de ter estabelecido contatos com “oficiais do FBI e da CIA”, além de ter “também tentado fazê-lo com agentes israelenses do Mossad”.
Em agosto de 2020, o Irã anunciou a prisão de Sharmahd, que na época residia nos Estados Unidos, no meio de uma “operação complexa”, sem especificar onde estava ou quando o agora acusado foi preso.
A República Islâmica criticou os Estados Unidos, o grande antagonista ocidental do Irã, por tê-lo abrigado, acusando-o de “apoiar notórios terroristas que reivindicaram responsabilidade por vários atos terroristas” realizados em território iraniano.
Os Estados Unidos, por sua vez, “exigiram do Irã maior transparência e respeito as normas jurídicas internacionais” neste caso.
Sharmahd, nascido em Teerã em 1955, vive nos Estados Unidos desde 2003, onde teve destaque na mídia por suas declarações hostis ao Irã e ao Islã, em canais de televisão por satélite que transmitem em língua persa, segundo o site do grupo Tondar (” Trovão”, em persa).
Também conhecido como Associação Monarquista do Irã, este movimento afirma que seu objetivo é derrubar a República Islâmica do Irã. Ele defende a violência e critica abertamente o Alcorão.
Em 2009, as autoridades desse país do Oriente Médio já haviam condenado três homens pelo atentado em Shiraz, acusando-os de terem ligações com Tondar e seguirem ordens de “um agente iraniano da CIA”, que vivia nos Estados Unidos, para tentar assassinar um oficial de alto escalão no Irã.
Em 2010, dois outros membros suspeitos desse grupo que, segundo Teerã, “confessaram planejar assassinar” autoridades iranianas, foram enforcados.