O líder de uma gangue haitiana foi condenado nesta quarta-feira (3) pela Justiça dos Estados Unidos à prisão perpétua por ordenar o sequestro em 2021 de um grupo de missionários americanos e seus filhos.
Germine Joly, de 34 anos, foi declarado culpado em maio por um tribunal de Washington por sua participação no sequestro de 16 americanos, entre eles cinco crianças, e um canadense em outubro de 2021.
A gangue conhecida como 400 Mawozo exigia um resgate de um milhão de dólares (R$ 5,3 milhões, na cotação atual) por refém e a libertação de Joly, preso desde 2015 pelas autoridades do Haiti, segundo a acusação.
Dois reféns foram liberados em novembro de 2021 e outros três no mês seguinte, após o pagamento de um resgate de 350 mil dólares (R$ 1,86 milhão). Os 12 restantes conseguiram escapar após dois meses em cativeiro.
Os Estados Unidos conseguiram a extradição de Joly pelo Haiti em maio de 2022.
“Esta sentença deixa claro que o plano de Germine Joly para ser libertado utilizando cristãos como peões fracassou”, disse em comunicado a procuradora federal para o Distrito de Columbia, Jeanine Pirro.
O Haiti é o país mais pobre de Américas e sofre há bastante tempo com a violência das organizações criminosas, que cometem assassinatos, estupros, saques e sequestros, em um contexto de instabilidade política crônica.
A situação piorou ainda mais a partir de 2024, quando as gangues obrigaram o primeiro-ministro Ariel Henry a renunciar.
O país, que não realiza eleições desde 2016, é governado desde então por um Conselho Presidencial de Transição (CPT), que não consegue pôr freio à violência.
sst/ev/db/mvl/rpr