Chefe da Otan: contraofensiva pode levar Putin a negociar,

Chefe da Otan: contraofensiva pode levar Putin a negociar,

""QuantoAções do Exército ucraniano para tentar retomar território dos russos estão em andamento, mas Kiev não divulga detalhes. Diversos países-membros da aliança militar têm enviado apoio militar e financeiro à Ucrânia.Uma contraofensiva bem-sucedida da Ucrânia poderá levar o presidente russo, Vladimir Putin, a "sentar-se à mesa das negociações", afirmou nesta terça-feira (13/06) o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, à emissora CNN.

"Quanto mais terreno [os ucranianos] ganharem, mais provável é que o presidente Putin compreenda que tem de se sentar à mesa das negociações e concordar com uma paz justa e duradoura", afirmou o líder da Otan, que será recebido nesta terça-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

O encontro entre Stoltenberg e Biden ocorre algumas semanas antes da cúpula anual da Otan, em Vílnius, na Lituânia, teoricamente a última em que Stoltenberg participará, cujo mandato termina em outubro.

No sábado, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, reconheceu a existência de "ações contraofensivas" do exército ucraniano na frente de batalha, sem esclarecer, no entanto, se se trata do grande contra-ataque preparado por Kiev há vários meses.

"Ações contraofensivas e defensivas estão ocorrendo na Ucrânia, e não falarei mais detalhes", declarou Zelenski em uma coletiva de imprensa. "É necessário ter confiança nos militares e eu tenho confiança neles", acrescentou.

Também no sábado, o porta-voz do comando "oriental" do exército ucraniano, Sergii Tcherevaty, afirmou na televisão que as tropas ucranianas conseguiram avançar 1,4 quilômetro em torno de Bakhmut, no leste, um território reivindicado por Moscou em maio.

Na sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, já havia dito que a grande contraofensiva ucraniana destinada a expulsar as tropas de Moscou começara. Segundo Putin, o exército ucraniano não conseguiu "alcançar os seus objetivos" durante os ataques e sofreu pesadas perdas.

Embora Kiev não tenha fornecido muitos detalhes, observadores internacionais notaram um aumento significativo na ação militar nas últimas semanas.

Por outro lado, a destruição da barragem de Nova Kakhova, com Rússia e Ucrânia se acusando mutuamente, também poderia ter impedido qualquer plano ucraniano de lançar um ataque anfíbio através do rio Dnipro.

A Ucrânia não faz parte da Otan, mas diversos países-membros da aliança militar têm enviado apoio militar e financeiro a Kiev para fazer frente à invasão russa.

Sucessão na Otan

"Estou absolutamente convencido de que (os 31 países membros da NATO) encontrarão um excelente sucessor", disse o norueguês, assegurando que a sua "prioridade de momento [é] liderar a aliança até ao fim do [seu] mandato".

Há muita especulação sobre quem sucederá a Stoltenberg, caso ele não prolongue seu mandato mais uma vez – ele está no terceiro mandato à frente da aliança militar e em dezembro passado disse não ter intenções de permanecer no cargo.

Entre os nomes cotados para chefiar a Otan, está a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, que seria a primeira mulher a ocupar o cargo, e o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace.

Recentemente, Biden afirmou que Ben Wallace era "muito qualificado", mas que teria de ser encontrado um "consenso" na Otan, uma organização por vezes repleta de tensões, como ilustrado pelo complicado processo de adesão da Suécia.

Suécia ainda fora da aliança

Há treze meses, a Turquia vem bloqueando a entrada da Suécia na aliança militar. Ancara acusa Estocolmo de acolher militantes curdos no seu território.

Nesta segunda-feira, a Suécia anunciou a extradição para a Turquia de um militante do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), condenado no seu país por tráfico de droga, cumprindo assim uma condição imposta por Ancara para a entrada dp país nórdico na Otan.

Stoltenberg afirma estar "muito confiante" de que a Turquia liberará em breve a adesão da Suécia à Otan.

bl (Lusa, DW)