O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse, nesta sexta-feira (5), que estava “profundamente preocupado” com as denúncias de que Israel usa inteligência artificial (IA) para identificar alvos em Gaza, e rejeitou a ideia de que “decisões de vida ou morte” sejam delegadas a algoritmos.

“Estou profundamente preocupado com as denúncias de que a campanha de bombardeios do Exército israelense inclui a inteligência artificial como ferramenta para identificar alvos, particularmente em áreas residenciais densamente povoadas, o que provoca um alto número de vítimas civis”, disse António Guterres à imprensa.

“Nenhuma parte das decisões de vida ou morte que afetam famílias inteiras deve ser delegada ao cálculo frio dos algoritmos”, insistiu.

Uma investigação publicada pela +972 Magazine e Local Call, e noticiada por vários veículos de comunicação americanos esta semana, descreve a existência de um programa do Exército israelense denominado “Lavender” que usa inteligência artificial para identificar alvos em Gaza, com uma certa margem de erro.

“Há anos venho alertando sobre os riscos de transformar a inteligência artificial em armas e de reduzir o papel essencial da intervenção humana”, sublinhou Guterres. “A IA deve ser usada como uma força para o bem, para o benefício do mundo, e não contribuir para a guerra a nível industrial”, acrescentou.

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