O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou a todas as partes para “que não agravem” a situação volátil no Mar Vermelho, disse o seu porta-voz nesta sexta-feira (12), em alusão aos ataques de Washington e Londres contra os rebeldes huthis do Iêmen.

“O secretário-geral pede, ainda, a todas as partes envolvidas que não escalem ainda mais a situação no interesse da paz e da estabilidade no Mar Vermelho e na região em geral”, disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.

Para Guterres, os ataques contra o trasporte marítimo internacional na região não “são aceitáveis”, pois põem em risco a segurança e a proteção das cadeias globais de abastecimento de materiais e repercutem negativamente na situação econômica e humanitária em todo o mundo.

Ele instou, ainda, os rebeldes huthis, que controlam parte do Iêmen, a cumprirem a resolução aprovada na quarta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU, que exige o fim “imediato” destes ataques.

Guterres pediu aos Estados-membros que realizaram ações militares para defender seus navios dos ataques, que o façam “em conformidade com o direito internacional”.

Na noite passada, Estados Unidos e Reino Unido bombardearam posições dos huthis do Iêmen, após semanas de ataques destes rebeldes apoiados pelo Irã contra o tráfego marítimo no Mar Vermelho, em solidariedade ao movimento islamista palestino Hamas, em guerra com Israel em Gaza.

Guterres teme que a situação no Iêmen piore “ainda mais” e pede que se “faça tudo o possível” para que este país “siga um caminho da paz e não se perca o trabalho realizado até agora para pôr fim ao conflito” no país.

O Conselho de Segurança da ONU tem prevista uma reunião de urgência na tarde desta sexta-feira, a pedido da Rússia, que na quarta se absteve da aprovação da resolução.

“Não podemos deixar de nos preocupar com a situação atual no Mar Vermelho (…), mas nos inquieta que os Estados Unidos e seus aliados, como costuma ocorrer, prefiram uma solução unilateral, usando a força”, disse, então, o embaixador russo na ONU, Vassili Nebenzia, criticando a coalizão criada pelos Estados Unidos para proteger o tráfego marítimo nesta região estratégica, por onde passam 12% do comércio mundial.

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