O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, anunciou nesta segunda-feira a criação de um comitê constitucional sobre a Síria que incluirá representantes do governo e da oposição, e que poderá levar à elaboração de uma nova carta magna.

“Acredito firmemente que o lançamento de um comitê constitucional organizado por sírios e liderado por sírios pode ser o começo de um caminho político em direção a uma solução” para o país em guerra desde 2011, disse Guterres a repórteres.

“Meu enviado (para a Síria, Geir Pedersen) se reunirá com o comitê constitucional nas próximas semanas”, acrescentou.

A ideia desse comitê constitucional foi oficialmente acordada em janeiro de 2018, sob o impulso da Rússia. Reúne 150 pessoas, das quais 50 são eleitas pelo governo, 50 pela oposição e 50 pela ONU para incluir representantes da sociedade civil.

A formação do grupo levou tempo em razão dos bloqueios e mudanças de nomes solicitados repetidamente por Damasco. As dificuldades na definição dos papéis dentro do comitê também atrasaram sua formação.

Uma versão reduzida do comitê (15 pessoas) deve facilitar seu trabalho, mas diplomatas acham que ainda levará meses para obter resultados concretos.

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A missão do comitê parece vaga: Damasco espera emendar a constituição, enquanto a oposição espera escrever uma nova grande carta.

Para os países ocidentais, o objetivo do comitê é permitir a organização de novas eleições na Síria, inclusivas e integradas à diáspora, fortemente expandida desde o início da guerra com milhões de refugiados.


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