O chefe da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica do Irã, prometeu nesta quinta-feira (23) uma “resposta decisiva” aos Estados Unidos, se as ameaças do presidente Donald Trump de “destruir” embarcações iranianas no Golfo forem cumpridas.

“Declaramos aos americanos que somos absolutamente determinados e sérios (…) e que qualquer ação será recebida com uma resposta decisiva, eficaz e rápida”, disse o major-general Hossein Salami na televisão estatal.

“Também ordenamos que nossas unidades navais mirem (navios e forças americanas), se tentarem colocar em risco a segurança de nosso navios, ou de embarcações de guerra”, acrescentou Salami.

A tensão aumentou entre a República Islâmica e Washington uma semana após um novo incidente nas águas do Golfo entre embarcações da Marinha americana e patrulhas das forças navais da Guarda Revolucionária.

Na quarta-feira, quando a Guarda iraniana anunciava o lançamento bem-sucedido de um primeiro satélite militar, Trump escreveu no Twitter que ordenou que a Marinha dos Estados Unidos destruísse qualquer embarcação iraniana que assediasse navios americanos no mar.

Salami disse que o incidente, na semana passada, foi resultado de um “comportamento não profissional e perigoso por parte dos americanos no Golfo Pérsico”.

O comandante também afirmou que as ações americanas nessa região foram atrapalhadas pela epidemia do novo coronavírus.

“Durante o incidente da semana passada, constatamos agitação operacional e desordem entre as unidades navais americanas”, disse.

Segundo ele, isso indica que “o comando e o controle de suas unidades militares podem ter sido enfraquecidos pelo (…) coronavírus”.

Irã e Estados Unidos estão entre os países mais afetados pela pandemia de COVID-19.

Segundo dados do Pentágono, várias centenas de casos foram identificados na Marinha americana, muitos dos quais (mais de 400) no porta-aviões “USS Theodore Roosevelt”, imobilizado em Guam, uma ilha americana no Pacífico.