O chefe da diplomacia do Vaticano desembarcou, nesta terça-feira (9), no Vietnã para tentar normalizar as relações entre Hanói e a Santa Sé e preparar uma eventual viagem do papa Francisco ao país.

O arcebispo Paul Gallagher, secretário para as Relações com os Estados, é o representante de maior escalão do Vaticano a visitar o Vietnã desde que os dois países romperam as relações em 1975, ao final da Guerra do Vietnã, quando o país comunista expulsou o núncio apostólico.

O Vietnã tem quase seis milhões de católicos, ou seja, cerca de 6% da população.

O governo convidou o papa Francisco a visitar o país, depois que uma delegação vietnamita se reuniu com o pontífice em janeiro.

O papa está “motivado”, mas até o momento não foi definida uma data, informou o arcebispo, que se reuniu com o chanceler Bui Thanh Son e tem uma reunião prevista com o primeiro-ministro, Pham Minh Chinh.

No encontro com Son, Gallagher agradeceu “os progressos nas relações entre o Vietnã e a Santa Sé no último ano”.

O arcebispo já havia declarado que a Santa Sé esperava incentivar o governo vietnamita na direção de “maior liberdade religiosa, estabelecida na Constituição”.

Organizações de defesa dos direitos humanos acusam o Executivo de restringir as liberdades religiosas e a Comissão Americana sobre a Liberdade Religiosa Internacional – um órgão consultivo criado por mandato do Congresso – incluiu o Vietnã em sua lista de “países particularmente preocupantes”, Hanói rejeita as acusações.

Historicamente, os católicos são vistos como próximos da ex-potência colonial França.

A visita de Gallagher acontece depois do acordo do ano passado no qual Vaticano e Vietnã estabeleceram o envio permanente de um representante da Santa Sé no país comunista.

O anúncio foi concretizado com a nomeação do monsenhor Marek Zalewsk, de nacionalidade polonesa, em dezembro.

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