O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, pediu nesta segunda-feira (12) aos países aliados – especialmente aos Estados Unidos – que evitem enviar mais armas para Israel, após o elevado número de mortes nos ataques à Faixa de Gaza.

“Quantas vezes ouvimos líderes dizerem que muitas pessoas estão morrendo? O presidente [Joe] Biden disse que isso é excessivo; não é proporcional. Bom, se ele acha que muitas pessoas estão morrendo, talvez devesse fornecer menos armas”, disse.

Portanto, acrescentou, “se a comunidade internacional acredita que isso é um massacre, que muitas pessoas estão morrendo, talvez devêssemos pensar no fornecimento de armas”, acrescentou.

Durante uma coletiva de imprensa, Borrell lembrou que os Estados Unidos já tinham tomado essa decisão no passado, em 2006, durante a guerra contra o Líbano.

Essa decisão, disse ele, foi tomada porque “Israel não queria interromper a guerra. É exatamente isso que está acontecendo hoje”.

O diplomata criticou ainda a intenção do governo israelense de retirar os habitantes da Faixa de Gaza. “Para onde eles vão levá-los? Para a Lua?”, perguntou.

O grupo islamista palestino Hamas entrou no território israelense em 7 de outubro e atacou alvos militares e civis, em ações que deixaram cerca de 1.160 mortos.

Em retaliação, Israel iniciou ataques devastadores contra a Faixa de Gaza com o objetivo declarado de eliminar o Hamas.

Segundo fontes de Gaza, estes ataques já causaram a morte de mais de 28 mil pessoas, na sua maioria mulheres e crianças.

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