Chefe da diplomacia da UE defende acordo de diálogo e cooperação com Cuba

A chefe da diplomacia da UE, a estoniana Kaja Kallas, defendeu nesta terça-feira (6) a continuidade do acordo de diálogo político entre esse bloco e Cuba, por considerar que fornece um marco estruturado para discutir temas “em que discordamos”.

Perante a sessão plenária do Parlamento Europeu, Kallas admitiu que o acordo de diálogo político e cooperação (ADPC), assinado em 2016, “não é uma solução mágica” para resolver as diferenças entre o bloco europeu e a ilha caribenha.

Por isso, reconheceu que “muitos acreditam que isso não nos permitiu alcançar a mudança que esperávamos”. No entanto, acrescentou, o acordo “não é uma forma de ignorar as nossas diferenças, mas de abordá-las”.

“Diante das dificuldades econômicas e das mudanças na dinâmica geopolítica, [o acordo] continua sendo a melhor oportunidade da UE para promover nossos valores, defender nossos interesses e apoiar reformas”, disse.

Na opinião de Kallas, Cuba “deve determinar seu próprio caminho, mas a questão agora é se nossos valores e interesses serão melhor promovidos por meio de um engajamento baseado em princípios ou por meio de isolamento e desligamento”.

“É claro que queremos mudanças. Mas, como em todos os países, a UE não tem capacidade nem o desejo de impor mudanças”, observou a chefe da diplomacia europeia.

As negociações para o ADPC começaram em abril de 2014 e foram concluídas em março de 2016, antes de serem assinadas formalmente em dezembro daquele ano. O Parlamento Europeu aprovou o documento em junho de 2017 e o acordo entrou provisoriamente em vigor em novembro.

O documento inclui capítulos sobre relações políticas, outro sobre cooperação em questões de interesse comum (como direitos humanos, desenvolvimento sustentável, democracia, promoção da justiça, migração e boa governança) e um sobre a defesa das normas no comércio internacional.

No Parlamento Europeu, os blocos conservadores e de direita pressionam pela revogação do ADPC.

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