O ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, se reuniu na segunda-feira com o ex-presidente americano Donald Trump, antes de uma visita oficial a Washington durante a qual solicitará a liberação de um pacote de ajuda à Ucrânia, informou o governo do Reino Unido.

Antes da visita a Washington nesta terça e na quarta-feira, Cameron “se reuniu com o ex-presidente Trump na Flórida”, afirmou uma fonte da diplomacia britânica, sem revelar detalhes sobre o teor da conversa.

“É habitual que os ministros se reúnam com os candidatos da oposição como parte de seus compromissos internacionais de rotina”, acrescentou a fonte.

O encontro com Donald Trump, rival do atual presidente democrata Joe Biden nas eleições de novembro, aconteceu na véspera de uma visita que abordará os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

O ministro britânico das Relações Exteriores, que tem uma reunião programada nesta terça-feira com o secretário de Estado americano Antony Blinken e com congressistas, “pedirá” a Washington o desbloqueio da ajuda à Ucrânia, informo um comunicado divulgado pela chancelaria do Reino Unido.

No momento, um programa de assistência militar e econômica a Kiev de 60 bilhões de dólares está bloqueado no Congresso dos Estados Unidos, consequência das divisões persistentes entre democratas e republicanos.

“O êxito da Ucrânia e o fracasso de Putin são vitais para a segurança dos Estados Unidos e da Europa”, afirma o próprio David Cameron no comunicado.

O ministro britânico também solicitará na reunião com Blinken “uma investigação completa, urgente e transparente” sobre o atentado bombardeio israelense de 1º de abril que matou sete voluntários da ONG americana World Central Kitchen na Faixa de Gaza. Três britânicos morreram no ataque.

O governo britânico também enfrenta pressões para suspender a venda de armas a Israel, que está em uma guerra com o movimento islamista palestino Hamas há seis meses.

Cameron abordará a questão da exportação de armas em uma entrevista coletiva com Blinken, mas não deve anunciar uma mudança de política, segundo fontes do governo britânico.

“Ele destacará que as mortes dos voluntários da World Central Kitchen são totalmente inaceitáveis e que são necessárias mudanças de grande porte para garantir a segurança dos trabalhadores humanitários”, afirmou o ministério britânico.

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