A agência espacial russa Roscosmos e a Nasa concordaram em continuar operando conjuntamente a Estação Espacial Internacional (ISS) até 2028, anunciou nesta quinta-feira (31) o diretor russo após o primeiro encontro presencial com seu homólogo americano desde 2018.
“O diálogo transcorreu bem. Concordamos em continuar operando a ISS até 2028. (…) E até 2030, trabalharemos para desorbitá-la”, declarou o chefe da Roscosmos, Dmitri Bakanov, citado pela agência de notícias estatal Tass.
O espaço é uma das últimas áreas onde ainda há cooperação entre Rússia e Estados Unidos, apesar das tensões entre os dois países por causa da guerra na Ucrânia.
A Roscosmos anunciou nesta semana que Bakanov chegou a Houston, nos Estados Unidos, para conversas com o administrador interino da Nasa, Sean Duffy – as primeiras desse tipo desde 2018.
Segundo Bakanov, a Roscosmos e a Nasa também planejam abordar sua cooperação quando forem lançadas as estações orbitais nacionais que sucederão a ISS, assim como a maneira de “operá-las e realizar uma série de missões no espaço profundo”.
A Rússia anunciou em abril de 2023 sua intenção de continuar utilizando por mais alguns anos seu segmento desse laboratório orbital, onde se encontram permanentemente seus cosmonautas, apesar de ser considerado obsoleto.
A Rússia ambiciona construir sua própria estação orbital, apesar das dificuldades do setor espacial russo, afetado há anos pela falta de financiamento e por escândalos de corrupção.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou, em outubro de 2023, que o primeiro segmento dessa nova estação espacial russa deveria ser colocado em órbita em 2027.
No contexto das sanções contra a Rússia adotadas desde 2022, os países ocidentais encerraram sua parceria com a Roscosmos, mas as naves Soyuz continuam sendo um dos meios para transportar tripulações até a ISS, e a Rússia desempenha um papel crucial na permanência da estação em órbita.
Modelo de cooperação internacional que reúne Europa, Japão, Estados Unidos e Rússia, a ISS começou a ser montada em 1998. A Nasa considera que ela pode funcionar até 2030.
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