06/11/2019 - 18:34
O suíço Pierre Krähenbühl, chefe da agência da ONU para refugiados palestinos, acusado de abuso de poder por uma investigação interna, renunciou “com efeito imediato”, anunciou o porta-voz da ONU nesta quarta-feira.
A renúncia ocorre pouco antes da Assembleia Geral das Nações Unidas votar para renovar por três anos o mandato dessa agência, apesar da oposição dos Estados Unidos, que considera que ela não é mais adequada.
“O comissário geral da UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos), Pierre Krähenbühl, informou o Secretário Geral [António Guterres] de que estava renunciando”, disse Stéphane Dujarric em sua entrevista coletiva diária.
A ONU anunciou pouco antes de quarta-feira a suspensão do suíço e a nomeação de um encarregado para administrar a agência, Christian Saunders, à espera de um novo comissário geral.
No final de julho, um relatório do departamento de ética da UNRWA, enviado ao secretário-geral da ONU, indicou má administração e abuso de poder cometidos por um pequeno grupo de altos funcionários que supostamente contornaram os mecanismos de controle da ONU.
A AFP obteve uma cópia do relatório que descreveu como “crível e que corrobora” os graves abusos éticos cometidos por líderes seniores, incluindo Pierre Krähenbühl.
Entre as acusações mencionadas no documento estavam “atos sexuais inadequados, nepotismo, represálias, discriminação e outros abusos de autoridade (cometidos) para fins pessoais, para suprimir diferenças legítimas de opinião”.
O próprio Krähenbühl supostamente manteve um relacionamento com sua consultora sênior, nomeada em 2015 após um processo de seleção “extremamente rápido”, segundo o relatório.