[posts-relacionados]Considerado um dos criminosos mais perigosos dos Estados Unidos, Charles Manson, foi o guru psicopata que ordenou assassinatos como os da atriz Sharon Tate, cuja brutalidade abalou o país e o mundo.

No final dos anos 1960, ordenou a seus discípulos que matassem aleatoriamente os moradores de bairros ricos e brancos de Los Angeles, com a esperança de desatar uma guerra racial apocalíptica.

A “família Manson” cometeu ao menos nove assassinatos. Mas foi a espiral de violência dos dias 9 e 10 de agosto de 1969, com sete mortes, que mais marcou os americanos.

Entre as vítimas estava Sharon Tate, a mulher do cineasta Roman Polanski, que então tinha 26 anos e estava grávida de oito meses e meio.

Por ordem de Manson, que não estava presente, uma de suas adeptas, Susan Atkins, cometeu o assassinato. Depois, com o sangue da atriz, escreveu a palavra “PIG” (porco) na porta de entrada.

Apresentado durante seu longo julgamento como um lobo solitário dotado de uma impressionante capacidade de persuasão, Manson – que nunca mostrou arrependimento – se apresentou no julgamento com uma cicatriz em forma de cruz suástica na testa. Alguns seguidores o imitaram.

Em 1971 foi condenado à pena de morte junto a quatro de seus discípulos.

As penas foram depois comutadas para prisão perpétua. Manson pediu em doze ocasião liberdade condicional, rejeitada todas as vezes.

– ‘Profecia’ inspirada nos Beatles –

Nascido em 12 de novembro de 1934 em Cincinnati, norte dos Estados Unidos, filho de uma moça de apenas 16 anos, o pequeno Charles nunca conheceu o pai e cresceu sem amor.

Sua infância foi caótica. Na adolescência, foi internado em uma instituição correcional, onde caiu na delinquência. Em 1955, com 21 anos, foi condenado a cinco anos de prisão por roubo de um carro, mas conseguiu a liberdade condicional.

Tentou botar a cabeça no lugar casando-se com Rosalie Willis, mas um ano depois voltava a ser condenado pelo mesmo delito. Na prisão, soube que tinha um filho, mas Rosalie pediu divórcio e foi embora com a criança.

Libertado por bom comportamento, foi preso de novo por diferentes delitos. “Passei toda minha vida na prisão, o que faz com que me sinta em casa… Há quanto tempo estou na prisão? Trinta e quatro anos”, afirmou em uma entrevista em 1981.

Em 1967 pediu, inclusive, que permanecesse entre as grades, mas sua solicitação foi negada. Foi nesse momento, em plena época hippie e com o apogeu dos Beatles, que fundou sua “família”, em função de uma profecia inspirada pelas canções do mítico grupo inglês.

A comunidade de Manson, composta principalmente por mulheres ingênuas e perdidas, vivia à margem da sociedade. Nela nasceram muitos bebês. O guru tinha ao menos um filho com cada uma de suas adeptas. A droga sempre estava presente.

Nômade, a princípio, a comunidade acaba por se instalar em ranchos do Vale da Morte.

Acreditando ser a reencarnação de Cristo, Charles Manson incentiva uma série de assassinatos para provocar a explosão de uma luta entre brancos e negros, batizada de “Helter Skelter”, uma das músicas dos Beatles.

Quando entrevistado várias vezes na prisão, ao ser indagado que conselho daria aos jovens, ele respondia: “deixem uma marca para que o mundo saiba que estiveram aqui”.

Mais de 50 anos depois, os assassinatos da “família Manson” continuam atormentando as mentes e causando fascínio mórbido, alimentado por livros, canções, circuitos turísticos, sites e filmes. O próprio Mason publicou um álbum em 1970, que foi reeditado em CD em 2006.