O chefe da diplomacia espanhola, José Manuel Albares, pediu, nesta quinta-feira (14), no Egito, um cessar-fogo na Faixa de Gaza como “primeiro degrau de uma escada” que permitirá que “um Estado palestino conviva em paz” com Israel.

O ministro espanhol pediu um cessar-fogo no território palestino “para a frear a terrível catástrofe humanitária que uma população civil inocente está sofrendo”, durante uma coletiva de imprensa no Cairo, ao lado de seu homólogo egípcio, Sameh Shoukry.

O cessar-fogo na guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas é “o primeiro degrau de uma escada que a comunidade internacional deve seguir subindo para materializar de uma vez por todas a solução dos dois Estados”, afirmou Albares.

Essa solução permitirá que “um Estado palestino conviva em paz e segurança com um Estado de Israel”.

Para Albares, “um Estado palestino realista e viável que conviva com um Estado de Israel em boa vizinhança e que mutuamente garantam segurança, prosperidade, estabilidade” é a única opção para se chegar a uma “paz definitiva” na região, disse em outra coletiva de imprensa.

O chefe de Governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, anunciou no sábado que irá propor ao Parlamento que vote a favor do reconhecimento do Estado palestino antes do final de seu mandato em 2027.

A guerra entre Israel e Hamas começou após o ataque sem precedentes do movimento islamista palestino de 7 de outubro em solo israelense, quando morreram cerca de 1.160 pessoas, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Os comandos islamistas também sequestraram cerca de 250, 130 das quais seguem cativas em Gaza, embora Israel estime que 32 delas morreram.

Israel respondeu com uma intensa campanha de bombardeios e operações terrestres em Gaza que deixou pelo menos 31.341 mortos, a maioria civis, segundo o governo do Hamas, no poder neste território palestino desde 2007.

Albares também exigiu “a liberação imediata e incondicional” de todos os reféns que seguem cativos em Gaza.

Por sua vez, o chefe da diplomacia egípcia também fez um apelo para aumentar a ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza e insistiu que seu país, fronteiriço com esse território, faz tudo que é possível.

“Não se deve pensar que o Egito restringe [o acesso de ajuda] ou não responde às necessidades dos palestinos”, afirmou Shoukry.

Albares reuniu-se pela manhã com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sissi.

Os dois países “pedem um cessar-fogo imediato e a entrada de ajuda em quantidades suficientes em Gaza”, segundo um comunicado publicado pela presidência egípcia.

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