O ministro taiwanês das Relações Exteriores, Joseph Wu, iniciou, nesta quinta-feira (9), um giro pelos países bálticos, uma visita “histórica” para estreitar laços com parceiros que descreveu como “democratas de primeira linha”.

Nos últimos dias, Taiwan viu-se submetido a uma crescente pressão militar e política da China, que considera a ilha como parte de seu território a ser recuperada, mesmo que para isso use a força.

Por sua vez, os países bálticos, Estônia; Letônia e Lituânia, consideram que sua vizinha Rússia é uma ameaça existencial, especialmente após a invasão da Ucrânia.

“Minha visita à Lituânia, assim como aos outros Estados bálticos, é (…) histórica”, declarou Wu ante os jornalistas em Vilnius, acrescentando que é a primeira vez que um chanceler taiwanês viaja a esses países.

Pequim não esconde sua insatisfação com o apoio internacional a Taiwan, que pode gerar um sentimento de legitimidade internacional na ilha.

A fim de evitar constrangimentos com a China, nenhum membro do governo desse país báltico se reuniu oficialmente com Wu.

“Os Estados bálticos e Taiwan são democracias de primeira linha. Nós enfrentamos a expansão do autoritarismo”, afirmou Wu.

A presidente do Parlamento lituano, que viajou a Taiwan no mês passado, recebeu Wu em seu gabinete nesta quinta-feira. Viktorija Cmilyte-Nielsen disse à AFP que eles conversaram sobre como “reforçar a cooperação econômica e o apoio à Ucrânia”.

A Lituânia permitiu que Taiwan abrisse uma embaixada de facto com o nome da ilha em 2021. Em resposta, Pequim esfriou suas relações diplomáticas com o país báltico e bloqueou suas exportações, perdas que Vilnius espera compensar com os investimentos de Taiwan.

O chanceler taiwanês também afirmou esperar “com impaciência” a cooperação com a Estônia, que, na semana passada, disse estar “disposta” a autorizar a abertura de um escritório de representação não diplomática taiwanês em seu território.

Na quarta-feira, Pequim criticou o anúncio da Estônia.

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