Chanceler de Lula diz que Trump age motivado por ‘conluio ultrajante’ contra o Brasil

Joédson Alves/Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta segunda-feira, dia 4, que o governo brasileiro não vai ceder a pressões do governo Donald Trump pelo fim dos processos abertos contra Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentar dar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

Para o chanceler, os “ataques” vindos dos Estados Unidos foram orquestrados por um “conluio ultrajante” formado por brasileiros e forças estrangeiras.

Subiu o tom

O ministro falou em tom acima do usual para suas declarações, no geral protocolares, e mirou na campanha promovida por opositores nos EUA, sobretudo o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e o comentarista Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Batista Figueiredo, último general a comandar a ditadura no país.

“Saudosistas declarados do arbítrio e amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional da República Federativa do Brasil”, disse.

“Sejamos claros, nossa sociedade democrática e suas instituições derrotaram uma tentativa de golpe militar cujos responsáveis estão hoje no banco dos réus em processos transparentes, transmitidos pela TV em tempo real, com direito a ampla defesa e com pleno respeito ao devido processo legal”, concluiu o chanceler.

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Tem conversa com Trump?

O ministro não respondeu se tem agendadas novas interlocuções com a Casa Branca. “Estou mudo”, disse Vieira, que na semana passada reuniu-se em Washington pela primeira vez com o secretário de Estado, Marco Rubio.

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência, desconversou sobre a possibilidade de um telefonema entre Trump e Lula. “Não sei”, respondeu a jornalistas.