O ministro venezuelano das Relações Exteriores pediu nesta quarta-feira na ONU uma reunião entre os presidentes americano, Donald Trump, e venezuelano, Nicolas Maduro, para tentar encontrar uma saída para a crise.

Em discurso ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra, Jorge Arreaza disse que o presidente Maduro “está pronto para o diálogo (…) mesmo com os Estados Unidos”.

“Voltamos a sugerir o caminho do diálogo, o diálogo com os Estados Unidos, e por que não uma reunião entre o presidente Trump e o presidente Maduro?”, questionou.

Antes de lançar este apelo, o ministro denunciou por vários minutos o que descreveu como uma “agressão” contra seu país, bem como o bloqueio econômico e o congelamento de ativos venezuelanos no exterior.

“Este conselho de direitos humanos deve levantar a voz porque o bloqueio contra a Venezuela e as medidas coercitivas unilaterais violam a Carta das Nações Unidas”, afirmou.

“Chega de tanta agressão”, acrescentou.

Arreaza voltou a acusar os Estados Unidos de querer invadir a Venezuela, amparando-se na distribuição de ajuda humanitária.

“Sob o pretexto da crise humanitária, uma intervenção é planejada em meu país”, insistiu.

Arreaza também reiterou seu convite à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, para visitar a Venezuela e avaliar pessoalmente o impacto do “bloqueio” liderado pelos Estados Unidos.

O presidente opositor da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se proclamou presidente interino em 23 de janeiro, é apoiado por cinquenta países, incluindo os Estados Unidos, o Brasil, a Colômbia e a maioria dos membros da União Europeia.

Como sinal de protesto contra o regime de Caracas, os embaixadores dos Estados membros da União Europeia e de outros países não compareceram ao discurso de Arreaza.