Chanceler da Itália pede voz única da UE sobre conflito em Gaza

ROMA, 18 MAI (ANSA) – O ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, afirmou nesta terça-feira (18) que a União Europeia deve ter uma “voz única” ao falar sobre o conflito entre Israel e grupos palestinos na Faixa de Gaza. A fala ocorreu durante uma reunião extraordinária do bloco sobre o Oriente Médio.   

“A espiral de violência deve cessar imediatamente. Precisamos insistir para que as partes contribuam construtivamente na tentativa de mediação em curso e adotem medidas de redução para atingir um cessar-fogo. Como UE, devemos falar com uma única voz para sermos eficazes”, destacou Di Maio.   

O chanceler ainda ressaltou que o governo italiano “condena o lançamento indiscriminado de foguetes de Gaza”, algo que considera “inaceitável e deve cessar” bem “como é inaceitável que se coloque em discussão o direito de Israel de existir”.   

“Reconhecemos o direito legítimo de Israel de proteger a população, mas a resposta militar israelense deve ser proporcional e deve prevenir novas vítimas civis”, acrescentou.   

Durante o encontro, Di Maio ainda reforçou que o governo “é um convicto apoiador de uma solução de dois Estados, justa, atuável e negociada diretamente entre as partes, em linha com o direito internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.   

Falando sobre a revitalização do Quarteto Internacional de Mediação de Paz, do qual a UE faz parte, o ministro ainda pede que o “enviado da União Europeia se dirija rapidamente à região e aja em coordenação estreita com o seu homólogo norte-americano, ONU e russo”.   

Segundo os dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 220 pessoas morreram no conflito atual, incluindo 51 crianças e 16 idosos. Do lado israelense, são 10 as vítimas, incluindo uma criança.   

O conflito se intensificou desde 7 de maio, após a polícia israelense encerrar com violência um protesto de muçulmanos na Esplanada das Mesquitas contra o despejo de famílias árabes do tradicional bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.   

Mais de 300 pessoas ficaram feridas na ação e o grupo Hamas e a Jihad Islâmica começaram a disparar foguetes contra cidades israelenses. Desde então, o governo israelense faz ataques aéreos contra diversos alvos na Faixa de Gaza, inclusive em áreas residenciais. (ANSA).