ROMA, 10 OUT (ANSA) – O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, convocou nesta quinta-feira (10) o embaixador da Turquia no país para dar explicações sobre a ofensiva contra curdos no nordeste da Síria.
Em mensagem nas redes sociais, o chanceler disse que a operação militar turca é “inaceitável” e que não se pode “virar as costas”. “Não há solução militar para a crise síria”, escreveu Di Maio, denunciando também a “negação dos direitos das populações locais e do povo curdo”.
“A Itália, eu reitero, condena a iniciativa de Ancara e, por esse motivo, dei ordens para convocar o embaixador turco ao Ministério das Relações Exteriores. A situação é bastante complexa, sabemos disso, mas é frente a essas ocasiões que a Europa deve se mostrar capaz de responder com uma única voz”, declarou.
Di Maio também defendeu a “unidade, a soberania e a integridade territorial” da Síria. A ação do chanceler pode ampliar as diferenças entre Roma e Ancara, que no início da semana já havia convocado o embaixador italiano na Turquia por causa da concessão de uma cidadania honorária ao fundador do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Ocalan.
A homenagem foi feita pelo pequeno município de Berceto, de 2 mil habitantes, governado pelo socialista Luigi Lucchi. Ocalan cumpre pena perpétua há cerca de 20 anos e é considerado terrorista – assim como o PKK – pelo governo turco.
A ofensiva da Turquia na Síria tem como objetivo combater as forças curdas, que foram cruciais para a derrota do Estado Islâmico (EI) e estabeleceram uma zona de administração autônoma na fronteira entre os dois países. (ANSA)