Chanceler argentino renuncia antes de eleições legislativas

Gerardo Werthein tem sido criticado por apoiadores de Milei devido ao fracasso da reunião entre presidente argentino e Donald Trump

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Ator francês Gerard Depardieu comparece a tribunal para ser julgado por acusação de abuso sexual 25/03/2025 Foto: REUTERS/Stephanie Lecocq

O chanceler argentino, Gerardo Werthein, apresentou sua renúncia ao presidente ultraliberal Javier Milei quatro dias antes das eleições legislativas, informou nesta quarta-feira, 22, a imprensa local.

A renúncia foi entregue na noite de terça-feira, 21, com data para a próxima segunda-feira, quando se espera que o presidente Milei faça mudanças no gabinete após o resultado das eleições.

Werthein havia assumido o cargo em outubro de 2024, quando sua antecessora, Diana Mondino, foi removida após votar a favor do levantamento do bloqueio dos Estados Unidos a Cuba nas Nações Unidas, uma posição histórica da Argentina. Nas últimas semanas, o chanceler foi criticado nas redes sociais por apoiadores de Milei devido ao fracasso da reunião bilateral de 14 de outubro entre o presidente argentino e seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump.

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O encontro foi reduzido a uma saudação e um almoço na Casa Branca, com declarações confusas sobre o apoio financeiro dos Estados Unidos, que Trump condicionou a uma vitória do partido de Milei no domingo. O chanceler esperava um apoio presidencial frente às críticas, mas isso não ocorreu, detalharam fontes anônimas à imprensa local.

Fontes do governo e da Chancelaria não responderam aos pedidos de comentários da AFP.

O anúncio da renúncia ocorre em um contexto de crise financeira com uma corrida cambial que não cessa, apesar do apoio bilionário do governo de Trump ao seu aliado Milei. Durante seu ano à frente da Chancelaria, Werthein executou uma política de alinhamento com os Estados Unidos e Israel, que o presidente Milei considera seus principais aliados.

Antes de ocupar a Chancelaria, Werthein foi o embaixador argentino nos Estados Unidos.