O chanceler Olaf Scholz prometeu, nesta quinta-feira (09), que a Alemanha iria proteger os judeus durante a cerimônia pelo 85º aniversário da Noite dos Cristais, pogrom organizado pelos nazistas, em meio ao ressurgimento dos atos antissemitas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
O comprometimento de “nunca mais” tolerar o antissemitismo “é uma promessa que devemos cumprir agora”, disse Szholz na sinagoga Beth Zion, em Berlim, devastada e vandalizada pelos nazistas na noite de 9 de novembro de 1938 – assim como muitos outros locais de culto, lojas e casas judaicas.
É uma promessa “que a Alemanha democrática se baseia”, acrescentou.
A cerimônia foi assistida pelo chefe do comitê central dos judeus alemães, Josef Schuster, a sobrevivente do Holocausto de 102 anos, Margot Friedländer, quase todo o governo alemão e parentes dos reféns israelenses detidos pelo Hamas, desde o sangrento ataque de 7 de outubro.
O chanceler também prometeu “processar todos aqueles que apoiam o terrorismo e são antissemitas”.
De acordo com uma nova lei de cidadania que entrará em vigor, nenhuma pessoa suspeita de antissemitismo poderá ser naturalizada alemã, lembrou Scholz.
O aviso foi feito em um momento que diversos dos incidentes antissemitas na Alemanha foram cometidos por muçulmanos e pessoas de origem árabe.
A Sinagoga Beth Zion, onde ocorreu a cerimônia, foi atacada em 18 de outubro com coquetéis molotov – que não causaram danos ou feridos.
“Todos os que vivem no nosso país e aqueles que querem viver nele devem compreender a responsabilidade derivada da nossa história”, insistiu o chefe de Estado, em uma aparente referência aos migrantes recentemente chegados à Alemanha.
Mais de um milhão de migrantes chegaram do Oriente Médio, durante a crise de refugiados de 2015-2016.
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