Após o Botafogo vencer o Nova Iguaçu por 1 a 0, e conseguir a classificação para à final da Taça Rio, contra o Vasco, o técnico Marcelo Chamusca concedeu entrevista coletiva e comentou sobre o desempenho da equipe. Além disso, o treinador afirmou que o Botafogo precisa de reforços que cheguem para ‘encorpar’ o time, e exaltou a polivalência de Pedro Castro. Veja abaixo os principais trechos da coletiva.

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– A dificuldade que o Botafogo teve na construção das jogadas, acontece porque nosso adversário jogou praticamente os 90 minutos com 10 jogadores atrás da linha da bola, e sendo muito fiel ao esquema tático. Eles jogaram por uma bola, ficaram o tempo inteiro marcando em bloco baixo, e tentaram fazer a transição rápida, que acabou não acontecendo.

– No primeiro tempo a gente conseguiu fazer um bom ‘perde e pressiona’, talvez o melhor que fizemos, e o adversário não conseguiu dar nenhuma finalização em transição ofensiva, apenas cruzamentos de bolas paradas. Já no segundo tempo, eles finalizaram cinco vezes, sendo que todas elas foram construídas ou de lateral, ou de falta ou de escanteio, ou seja, é o terceiro jogo que não sofremos gols. Então nosso objetivo era marcar, não sofrer e conseguimos isso – explicou o treinador, ao ser perguntado sobre o porque do Glorioso ter tido tantas dificuldades para fazer o gol.

Outro ponto importante que Chamusca tocou, foi a necessidade do Botafogo trazer reforços para a temporada. Para o treinador, a equipe precisa de atletas que ajudem o elenco a se estruturar mais, principalmente para a Série B. No entanto, o técnico relembrou que, até este momento, o clube precisa evoluir com quem tem contrato e está a disposição.

– Temos trabalhado com o nosso departamento de futebol, estamos analisando possibilidades. Existe uma questão que é muito inerente ao momento. Estamos entrando na fase final de alguns campeonatos estaduais. Então, dificilmente você vai conseguir trazer jogadores que estão em outras equipes disputando campeonatos.

– Temos várias possibilidades, estamos mapeado as características que precisamos, principalmente para a Série B. Temos trabalhado para conseguir, mas agora é mais difícil, porque nenhum time vai liberar um atleta estando em uma semifinal ou final de um campeonato estadual. Vão chegar reforços em posições que entendemos que precisamos, mas tudo isto com o máximo de inteligência. Vamos procurar ser o mais assertivos possível – disse Chamusca.

O técnico também rasgou elogios a Pedro Castro, autor do golaço que garantiu o Glorioso na final. Segundo Chamusca, o atleta consegue realizar tanto uma função mais recuada, ajudando na criação, quanto mais adiantada, auxiliando Matheus Nascimento na marcação pressão diante dos defensores adversários.

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– Eu acho que ele rende nas duas posições. Na pergunta você enalteceu uma infiltração que ele fez por dentro e uma finalização na trave. E a posição do Pedro, hoje pedimos para ele ficar mais próximo do Matheus porque adversário estava com dez homens atrás da linha da bola. Então na hora da construção não tinha necessidade de ter o Pedro perto do Romildo e do Frizzo. Em alguns momentos ele até vem receber uma bola no espaço, mas por esse poder de finalização, ele tem essa liberdade de criar mais.

– Ele não fez o gol por mudar de posição. Até porque o lance que originou o gol foi de bola parada. Para você ver como o futebol sem suas nuances. O gol saiu de uma bola parada. Ele não fez o gol por estar posicionado como volante, ele estava no momento posicionado como meia-atacante. Então ele pode jogar construindo. Ele pode jogar como terceiro também – completou.

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Jogadores contratados nesta temporada

Todos os jogadores que foram contratados pelo Botafogo, são jogadores do Botafogo. Não foram contratados e são de fulano, de beltrano. Não tem jogador do Chamusca. Primeiro que eu não sou empresário de futebol. Eu sou treinador. Aqueles jogadores que vieram e trabalharam comigo em algum clube, eles foram analisados e passaram por todos os protocolos de análise que o clube faz. Como os jogadores que foram contratados antes da minha contratação. Então não tem jogador A ou B, todos os jogadores são jogadores do Botafogo. Nós procuramos escolher os melhores, analisando o adversário, analisando o plano de jogo que vamos utilizar. Isso é muito importante que fique claro. Não existe jogador A ou B, existem jogadores do Botafogo que passaram pelo crivo do Botafogo, que podem até não estar indo bem, mas o trabalho do jogador é fazer com que eles melhorem, pois todos eles têm um currículo muito bom.

Cesinha fora da relação

Foi opção técnica. Nós escolhemos os jogadores por aquilo que eles desenvolveram ao longo da semana. A não vinda do Cesinha foi uma opção técnica. Até porque tínhamos no banco jogadores que poderiam fazer essa função, no caso o Ricardinho podendo fazer a mesma função. Sendo que o Ricardinho tem um nível de maturidade mais alto. Tem uma bola parada também. A escolha do Marcinho entrar no jogo foi porque o Nascimento está com dificuldade de sustentar a bola um pouco mais na frente. Quando colocamos o Navarro e o Nascimento, a ideia era que continuássemos a construir as jogadas pelo lado. A partir do momento que fizemos o gol, a ideia era ter uma atacante central, com poder de reposição maior. Não queríamos recompor com volante, e o Marcinho se encaixa nessas qualidades. Ele tem tido dificuldades, precisa melhorar do ponto de vista técnico, mas é um jogador que entrega, que trabalha. Por já ter trabalhado com ele, sabemos o que podemos proporcionar. E a escolha por ele foi pela parte tática. Por isso ele foi escolhido. Mas eu concordo que ele precisa melhorar e estamos trabalhando para isto. Ele foi infeliz e tem consciência disso. Tomou dois cartões. E passamos por dificuldades depois de termos o jogo controlado. Mas o atleta está aí. A função do treinador é tentar melhorar o atleta. É um jogador que tem potencial e que pode melhorar.