Equipes de limpeza continuavam seu trabalho neste domingo na avenida Champs-Elysées, em Paris, onde o mobiliário urbano e várias lojas de luxo foram vandalizados e incendiados na véspera, durante um protesto dos “coletes amarelos”.

Lojas de luxo saqueadas, quiosques de jornais destruídos, um banco e um restaurante famoso incendiados: os danos foram significativos. Ao cair da noite de ontem, curiosos, turistas e alguns manifestantes foram à avenida observar a destruição que a imprensa exibiu ao vivo.

Um grupo de Toulouse que participou à tarde da manifestação parava em frente a cada loja, a cada parede pichada, para tirar fotos.

“Se isto é necessário para que sejamos ouvidos, é uma pena, mas voltaremos, disse Serge, que não quis informar o sobrenome, denunciando “o desdém de um presidente que sai para esquiar no dia de uma grande manifestação”.

“Não se fazem revoluções com flores”, assinalou Delphine, citando as convocações para novas manifestações. “Visto um colete amarelo para que meus filhos não tenham que fazê-lo.”

Nas lojas, houve limpeza e a instalação de painéis de madeira no lugar das vitrines destruídas. Durante a noite, dois policiais visitaram a joalheria Mauboussini, que foi saqueada.

O turista mexicano Ramón García, 29, fotografava um dos quiosques de jornal da avenida, que foi incendiado. “Estou surpreso. Tiro fotos para mostrar para a minha família, os amigos. Senão, ninguém vai acreditar.”

– ‘Nós sobrevivemos, enquanto um monte enche o bolso’ –

Dezenas de veículos das forças de segurança continuavam estacionados nas ruas. Poucos carros passavam pela avenida, usada, principalmente, por caminhões de lixo da prefeitura, cujas equipes de limpeza têm que recolher pedras, pedaços de vidro e destroços de todo tipo.

Apesar de ter sido o 18º sábado de protestos e destruição na avenida, um funcionário da prefeitura, que preferiu não se identificar, disse entender “a raiva dos que quebraram tudo”. “Todo mundo sofre, a França vai mal. Nós sobrevivemos, enquanto um monte enche o bolso”, critica, enquanto varre a rua.

Na calçada em frente, o Fouquet’s, restaurante frequentado por políticos e celebridades e cujo salão está inscrito no inventário dos monumentos históricos, foi saqueado e incendiado ontem. Obreiros trabalhavam no local neste domingo.