As Olimpíadas de Tóquio-2020 receberam um duro golpe nesta terça-feira (27). Naomi Osaka, a grande estrela do esporte japonês, escolhida para acender a pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos, foi eliminada do torneio de tênis.

Mas esse não seria o único baque de hoje para o evento. Poucas horas depois, a ginasta americana Simone Biles, cotada para ser a rainha dos Jogos em sua tentativa de conquistar seis medalhas de ouro, foi tirada da final da prova por equipes.

Em declarações à imprensa, a superestrela justificou que preocupações com sua “saúde mental” levaram-na a abandonar a prova.

“Assim que eu piso no tatame, sou só eu e a minha cabeça… lidando com demônios (…) Tenho que fazer o que é certo para mim e me concentrar na minha saúde mental, e não prejudicar minha saúde e meu bem-estar”, explicou.

“Só não confio tanto em mim mesma como antes e não sei se é a idade. Fico um pouco mais nervosa”, desabafou.

“Sinto que também não estou me divertindo tanto e sei que esses Jogos Olímpicos… Eu queria que fossem para mim”, disse ela, começando a chorar.

– Vitória da Rússia na ginástica –

A disputa geral por equipes, que seria a primeira das seis medalhas de ouro que Biles buscava, foi vencida pelas russas, que disputam sob bandeira neutra em razão das sanções que pesam sobre o país pelos escândalos de doping do passado.

Se Biles não puder continuar em Tóquio, será um golpe para um evento em que ela é, para muitos, a grande estrela.

A americana era cotada para ser a primeira mulher em mais de meio século a ganhar todos os títulos da ginástica e parecia ter uma chance real de superar a ginasta soviética Larisa Latynina, que conquistou nove ouros em Jogos Olímpicos.

Biles chegou a Tóquio-2020 com cinco medalhas olímpicas nos Jogos Rio-2016, e 25, em mundiais.

Já Naomi Osaka, número dois do mundo, sucumbiu à pressão dos Jogos Olímpicos em casa e foi eliminada nas oitavas do tênis, depois de perder para a tcheca Marketa Vondrousova por 6-1, 6-4.

Osaka aspirava a dar ao Japão seu primeiro ouro no tênis, mas, em Tóquio, voltava às quadras depois de mais de dois meses de ausência. Ela havia se retirado de Roland Garros por problemas de saúde mental.

Após a partida, Osaka reconheceu que havia “muita pressão” sobre ela nestes Jogos, como uma das principais atletas do país-sede.

“Obviamente estou decepcionada, como acontece depois de cada derrota, mas esta dói mais (…) Tenho a impressão que a minha atitude (em quadra) não foi muito boa, porque não tenho conseguido enfrentar essa pressão”, admitiu.

Osaka tentou ver um lado positivo. “Estou satisfeita com a forma como joguei nessas partidas, levando em consideração que não competia há muito tempo”, disse a tenista.

A estrela japonesa se mostrou otimista: “Ao longo da minha carreira já fiz longas pausas e sempre consegui voltar bem”.

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