O Chade declarou “estado de emergência alimentar e nutricional” em todo o seu território, segundo um decreto publicado nesta sexta-feira (16) em um dos países mais pobres do mundo, onde em dez meses chegaram mais de meio milhão de refugiados sudaneses.

O decreto do presidente de transição, Mahamat Idriss Déby Itno, assinado na quinta-feira, não detalha as medidas aplicadas nem o número de pessoas afetadas, mas o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) havia alertado em novembro para uma “interrupção iminente” da sua ajuda aos refugiados sudaneses se não conseguisse arrecadar os fundos internacionais necessários.

O PMA prestava “assistência alimentar e nutricional a 1,4 milhão de pessoas” no Chade, ou seja, o número de deslocados internos e refugiados naquele país semidesértico da África Central devido aos conflitos em andamento no seu território e nos seus vizinhos Sudão, República Centro-Africana, Níger, Nigéria, Líbia e Camarões.

Mas desde o início, em 15 de abril de 2023, da guerra no Sudão entre o exército do general Abdel Fatah al Burhan e os paramilitares liderados pelo seu rival, o general Mohamed Hamdan Daglo, cerca de 546.770 novos refugiados chegaram ao Chade, de acordo com os últimos números disponíveis no início de fevereiro, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

O Chade, que acolhe o maior número de refugiados sudaneses, principalmente procedentes de Darfur, que fogem da guerra civil que eclodiu em 2003 nesta região do leste do Sudão, já acolhia mais de 400 mil antes do novo conflito.

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