Era a chácara e mais nada. Há quase 100 anos, o casarão em que morou a família do inglês Aleck Martin Wellington ficava praticamente isolado ao norte da cidade de São Paulo, então bem menos urbanizado, sem os prédios, a rodovia e os milhares de habitantes de hoje. Como o entorno, a residência passou por transformações ao longo das décadas e até virou um clube holandês. Uma outra mudança ainda está por vir, com o resgate das características originais e a conversão em um dos principais atrativos do futuro Sesc Pirituba.

Wellington foi superintendente da São Paulo Railway. Em 1962, vendeu o imóvel para a Sociedade Holandesa de São Paulo, também conhecida como Clube Holandês e Casa de Nassau. Uma das referências visuais é o pórtico da entrada, de 1996, na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, em formato de um moinho de vento holandês, que será mantido no projeto do Sesc.

O casarão e o “moinho” foram tombados em conjunto na esfera municipal em 2016. O pedido foi aberto cerca de 10 anos antes, após uma mobilização de vizinhos, que criticavam a possível venda a uma incorporadora e construção de torres no local. À época, o clube estava em crise financeira e com acúmulo de dívidas.

Em 2007, vizinhos do antigo clube se mobilizaram com um abaixo-assinado de mais de mil assinaturas pelo tombamento do espaço, especialmente após a Sociedade Holandesa ser procurada por incorporadoras.