A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo registrou 117 acidentes com vítimas nas Marginais do Pinheiros e do Tietê no segundo mês de vigência dos novos limites de velocidade nas duas vias, entre 24 de fevereiro e 26 de março. Do total, 93 envolveram motos, houve quatro atropelamentos e duas mortes de motociclistas.

O número é 10,4% maior do que o registrado nos primeiros 30 dias de aumento dos limites de velocidade feito pela gestão do prefeito João Doria (PSDB), quando foram constatados 106 ocorrências com vítimas nas marginais. Os limites subiram para 60 km/h nas pistas locais, 70 km/h nas centrais e 90 km/h nas expressas a partir do dia 25 de janeiro deste ano.

O balanço divulgado pela CET se refere aos dados operacionais coletados nas vias pelos agentes de trânsito da companhia, que nunca haviam sido divulgados antes. A gestão Doria afirma que eles não podem ser comparados com os dados operacionais da CET na gestão Fernando Haddad (PT), quando os limites foram reduzidos para 50 km/h, 60 km/h e 70 km/h, porque há 67% mais agentes operando nas marginais agora, o dobro de câmeras de monitoramento em operação e o tempo de atendimento de uma ocorrência caiu 25%, de oito para seis minutos.

Segundo a CET, entre 25 de janeiro e 23 de fevereiro de 2016, período semelhante ao do primeiro mês de vigência dos novos limites atuais, foram registrados 46 acidentes com vítimas. Em 2015, neste período, os limites de velocidade ainda não haviam sido reduzidos pela gestão passada. O balanço aponta 96 ocorrências com vítimas registradas pelos agentes de trânsito.

De acordo com a atual gestão, os únicos dados comparáveis são os dados consolidados de acidentes que a CET divulga anualmente com base nos registros de boletins de ocorrência feitos pela Polícia Civil.

Segundo a CET, esses dados consolidados de acidentes com vítimas continuaram caindo mesmo com o aumento dos limites de velocidade a partir de 25 de janeiro. No primeiro mês do aumento, foram 35 acidentes, ante 46 em igual período de 2016 e 62 em 2015.

Como a CET precisa analisar entre 6 e 8 mil boletins de ocorrência por mês e checar os detalhes das ocorrências, os dados consolidados podem levar de 3 a 4 meses para serem fechados. O balanço anual de acidentes de trânsito em toda cidade em 2016, por exemplo, ainda não foi finalizado.