Cessar-fogo com fins humanitários ‘não parece possível atualmente’ na Ucrânia, diz ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, garantiu nesta quarta-feira (13) que “um cessar-fogo geral” com fins humanitários “não parece possível atualmente” na Ucrânia, após um alto funcionário da organização ser enviado à Moscou com esse objetivo.

“É o que desejávamos, por razões humanitárias, mas isso não parece possível”, disse durante uma coletiva de imprensa.

A ONU, especificou, permanece aguardando uma resposta da Rússia às suas propostas concretas para a evacuação de civis e a garantir o envio de ajuda humanitária para zonas de guerra.

Guterres enviou recentemente o vice-secretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU, o britânico Martin Griffiths, à Rússia e à Ucrânia, com a missão de conseguir um cessar-fogo humanitário.

Em Moscou, Griffiths se reuniu com responsáveis de Assuntos Exteriores e Defensa e os entregou propostas para facilitar a entrega de ajuda humanitária e as retiradas de civis presos nos combates.

Questionado pela AFP se considera que esteja acontecendo um “genocídio” na Ucrânia, como denunciou o presidente americano, Joe Biden, o chefe da ONU evitou se pronunciar.

“O genocídio está estritamente definido no direito internacional. E na ONU, nos baseamos na determinação jurídica dos organismos judiciais apropriados”, disse antes de reforçar que o Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia já abriu uma investigação sobre a questão.

António Guterres pediu ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, cujas reuniões de primavera estão previstas em breve em Washington, que liberem dinheiro para os países em desenvolvimento que sofrem as consequências da invasão russa na Ucrânia.

Segundo a ONU, 107 países sofrem as repercussões do conflito. Sessenta e nove deles, sendo 25 na África, estão expostos a um efeito triplo: alimentar, energético e financeiro.

Os instrumentos monetários existem nestas instituições multilaterais, “o dinheiro existe e deve ser utilizado” para ajudar a minimizar as consequências da guerra nos países em desenvolvimento, pediu o secretário-geral da ONU.