Cerca de 63% dos suíços são a favor da proibição de “cobrir” o rosto nas vias públicas, proposta por uma iniciativa de legislar a esse respeito, segundo a primeira pesquisa sobre o assunto publicada nesta sexta-feira pelo Tamedia.

De acordo com a pesquisa, realizada em janeiro com mais de 15.000 pessoas e publicada pela agência de notícias suíça ATS, 35% dos entrevistados se declararam contra a iniciativa, descrita como uma “iniciativa anti-turca” pela imprensa suíça. Apenas 2% expressaram sua indecisão.

O governo se opôs ao texto que considerou “inútil” porque, em sua opinião, as mulheres que usam véu completo são na sua maioria turistas.

Os suíços terão de se pronunciar no dia 7 de março nas urnas sobre esta proposta, que visa proibir as pessoas de cobrirem o rosto em espaços públicos ou em espaços acessíveis ao público.

Exceções seriam permitidas em locais de culto ou quando cobrir o rosto fosse justificado por razões de saúde ou segurança, por razões climáticas ou por costumes locais.

A iniciativa popular foi lançada por uma comissão que reúne, sobretudo, pessoas ligadas à direita populista UDC, o primeiro partido da Suíça, mas também da União Democrática Federal (UDF), uma pequena formação que defende os valores cristãos.

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O texto também destaca que “ninguém pode obrigar uma pessoa a cobrir o rosto por causa do sexo” e pede que a nova legislação, se aceita, seja elaborada dentro de dois anos da votação.

O texto não menciona o véu, mas na página inicial e nos pôsteres do comitê há a imagem de uma mulher usando um niqab, véu que cobre o rosto (exceto os olhos) e é usado por algumas muçulmanas.

Os eleitores da esquerda são contra a iniciativa, enquanto os da direita e do centro são a favor.


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