Cerca de 4,4 milhões de pessoas enfrentam “grave insegurança alimentar” na Somália, anunciou nesta quinta-feira (14) a Agência Somali de Gestão de Desastres (SoDMA, na sigla em inglês), que considera que mais de 100.000 pessoas foram deslocadas por conflitos desde junho.
Segundo a ONU, este Estado do Chifre da África, com aproximadamente 18 milhões de habitantes, é um dos mais vulneráveis ao aquecimento global. Nos últimos cinco anos sofreu a pior seca em mais de 40 anos, assim como as inundações mais graves em décadas.
Atingidos durante décadas pela insurgência do Al-Shabaab, um grupo armado vinculado à Al-Qaeda que alcançou várias conquistas nos últimos meses, os somalis também enfrentam uma diminuição da ajuda humanitária internacional.
“A Somália enfrenta uma grave crise (…) com aproximadamente 4,4 milhões de pessoas sofrendo de insegurança alimentar aguda”, declarou a SoDMA na rede social X.
A crise alimentar aumentou 29% desde o início deste ano devido a uma seca prolongada, à deterioração da segurança e à redução da ajuda humanitária.
Cerca de 1,7 milhão de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda, incluindo 466.000 em estado crítico, estimou.
Nas últimas semanas, os combates entre as forças governamentais e as tropas leais ao estado semiautônomo de Jubalândia (sul) deslocaram 38.000 pessoas internamente e obrigaram mais de 10.000 a buscar refúgio na vizinha Quênia, segundo a mesma fonte.
Os cortes na ajuda externa este ano, provenientes principalmente dos Estados Unidos, até então o maior doador mundial, afetaram países como a Somália, que já contavam com baixos financiamentos.
A organização britânica Save the Children alertou em maio que um déficit de financiamento a obrigaria a fechar mais de um quarto de seus centros de saúde e nutrição na Somália.
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