Cerca de 1.500 profissionais do cinema, incluindo Olivia Colman, Javier Bardem e Mark Ruffalo, anunciaram que deixarão de trabalhar com instituições israelenses às quais acusam de estar “envolvidas no genocídio” em Gaza, em uma carta publicada nesta segunda-feira (8) no The Guardian.
“Neste momento de crise, em que muitos dos nossos governos permitem o massacre em Gaza, devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para responder a essa cumplicidade”, afirmam no texto.
Entre os signatários da carta há vários profissionais espanhóis e latino-americanos, como o ator hispano-argentino Juan Diego Botto, o diretor brasileiro Fernando Meirelles e o ator mexicano Gael García Bernal.
Esse compromisso, impulsionado pelo grupo Film Workers for Palestine (Trabalhadores do Cinema pela Palestina), se inspira no boicote cultural ocorrido na África do Sul durante o período do apartheid, particularmente no movimento “Filmmakers United Against Apartheid” (Cineastas Unidos contra o Apartheid).
Entre os signatários também estão os atores argentinos Cecilia Roth, Nahuel Perez Biscayart e Mercedes Morán, a diretora espanhola Isabel Coixet e a atriz espanhola Emma Suárez, entre outros.
A carta conclama a deixar de colaborar com festivais, cinemas, distribuidoras e produtoras que, segundo os signatários, são culpadas de “se isentar ou justificar o genocídio e o apartheid”.
Os signatários citam, por exemplo, o Festival de Cinema de Jerusalém ou o de documentários Docaviv, que “continuam colaborando com o governo israelense”.
“A grande maioria das produtoras e distribuidoras cinematográficas israelenses, os agentes de vendas, os cinemas e outras instituições cinematográficas nunca reconheceram plenamente os direitos internacionais do povo palestino”, denunciam.
Apesar de tudo, acrescentam que “existem algumas entidades cinematográficas israelenses que não são cúmplices”, sem nomeá-las.
cla-psr/jvb/dd/aa