Os países da América Latina têm um “espaço fiscal limitado” para enfrentar a crise econômica e social decorrente da pandemia de coronavírus, com uma dívida pública que em 2019 atingiu uma média de 45,2% do PIB, alertou nesta segunda-feira a Cepal.

No relatório “Panorama fiscal da América Latina e do Caribe 2020”, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) adverrte que os esforços dos governos da América Latina para enfrentar a pandemia “ocorrem em um ambiente macroeconômico pouco favorável e altamente incerto”, devido ao “espaço fiscal limitado”.

Déficits persistentes, aumento da dívida pública nos anos anteriores à crise da saúde, menor receita dos cofres públicos devido à queda do nível de atividade econômica e dos preços dos recursos naturais contribuem para essa situação, segundo a Cepal, agência técnica das Nações Unidas com sede em Santiago.

Para enfrentar a pandemia, cujo foco está hoje na América Latina, com mais de 2,9 milhões de casos e cerca de 128.000 mortes, os países da região apresentaram pacotes de medidas fiscais “de magnitude significativa”, diz Cepal.

Esses esforços concentraram-se no aumento das contribuições orçamentárias para a saúde, a fim de salvaguardar a capacidade de atendimento, fortalecer programas de transferência para setores vulneráveis e apoiar as empresas por meio de créditos, garantias estatais e medidas de isenção de impostos.

Segundo estimativas anteriores do organismo, a economia regional sofreria uma contração de 5,3% em 2020. O desemprego aumentaria para 11,5%, o que representa um aumento de 3,4 pontos percentuais em comparação a 2019, enquanto a pobreza alcançaria 28,7 milhões a mais de pessoas, totalizando 214,7 milhões de latino-americanos.

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