CEO da FCA diz não temer governo populista na Itália

GENEVRA, 06 MAR (ANSA) – Antigo aliado de Matteo Renzi, o CEO da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Sergio Marchionne, declarou nesta terça-feira (6) que não teme um governo do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) ou da ultranacionalista Liga Norte na Itália.   

Em coletiva de imprensa no Salão do Automóvel de Genebra, na Suíça, Marchionne afirmou que não conhece Luigi Di Maio e Matteo Salvini, líderes do M5S e da Liga, respectivamente, mas ressaltou que eles não o “assustam”. “Já sofremos coisa pior”, disse.   

O CEO da FCA era apoiador declarado do ex-primeiro-ministro Renzi, porém, no ano passado, chegou a dizer que ele tinha ficado “irreconhecível” após ter deixado o poder.   

Durante o Salão de Genebra, Marchionne também aproveitou para fazer anúncios importantes sobre o grupo. Um deles diz respeito à norte-americana Jeep, que ruma para se tornar a principal marca da FCA, superando a italiana Fiat.   

“A estratégia para a Jeep é clara. Tentamos desenvolvê-la de modo global, temos a certeza de que se tornará a maior marca do grupo. É uma marca excepcional, na qual devemos apostar. Será parte importante do plano que lançaremos em 1º de junho”, afirmou.   

Uma das possibilidades estudadas pelo grupo é a abertura de uma fábrica da Jeep em Pomigliano d’Arco, cidade da região metropolitana de Nápoles e base eleitoral de Di Maio. Além disso, o executivo garantiu que Alfa Romeo e Maserati não produzirão carros fora da Itália. “Enquanto eu estiver aqui, não acontecerá nunca”, disse.   

Marchionne deixará a FCA em 2019, mas seu sucessor ainda não foi escolhido. “Exigirá tempo. Anunciaremos pouco antes de nomeá-lo”, reforçou. (ANSA)