ROMA, 22 NOV (ANSA) – Os partidos de centro-esquerda da Itália voltaram a ter problemas nesta quarta-feira (22) nas conversas para tentar organizar uma coalizão nas eleições legislativas de 2018.
O Movimento Democrático e Progressista (MDP) anunciou o rompimento das conversas com o governista Partido Democrático (PD) por conta das “diferenças”.
“Não conseguimos ter disponibilidade em uma negociação quando há diferenças em temas que tocam fundo na vida das pessoas.
Refiro-me, em particular, ao trabalho, à saúde universal e ao ‘não’ para uma campanha eleitoral sobre menos taxas para todos”, disse a líder do MDP, Maria Cecilia Guerra.
Já o representante do grupo que engloba a Esquerda Italiana e o Possível (Sí-Possibile), Giulio Marcon, afirmou que o “tempo acabou” para as negociações e que “não há mais margem para nenhum acordo”.
Por parte do PD, Piero Fassino confirmou que houve um “confronto programático verdadeiro” e que “não há condições políticas” para continuar com a tentativa de coalizão de centro-esquerda.
“Não posso mostrar decepção. Não entendo porque deva-se incluir o confronto, mas como acontece nos matrimônios, é preciso que haja disponibilidade nos dois lados e nós vemos que não há isso.
Continuaremos com outras forças com a qual já começamos a conversar”, acrescentou Fassino.
Com exceção do SÌ, o MDP e o Possível nasceram de dissidências de dentro do próprio PD. Este último, se separou do partido no fim do ano passado, quando o então premier Matteo Renzi quis fazer um referendo sobre a reforma constitucional.
As eleições do ano que vem ainda têm o cenário incerto mas, diferentemente da centro-esquerda, é provável que os partidos de direita façam uma coalizão para voltar a governar a Itália após anos de liderança do PD. (ANSA)