Dias após Nova York lembrar o 22º aniversário dos atentados do 11 de Setembro, Nova York inaugurou nesta quarta-feira (13) um centro de artes no Marco Zero, que completa a reconstrução do local.

A governadora do estado de Nova York, o prefeito da cidade e outras autoridades municipais se reuniram para inaugurar o Centro Perelman de Artes Cênicas, projeto elaborado para proporcionar um espaço de cura e celebração da vida no local dos atentados, que mataram mais de 2,7 mil pessoas.

O centro cultural é a peça final de um projeto destinado à área devastada de Lower Manhattan, onde espelhos d’água indicam a área do memorial, o museu representa um espaço de educação, e o centro de artes, a renovação.

“Perdi meu marido, e cada vez que venho aqui tenho uma sensação diferente. No começo, uma perda inevitável e saudade. Agora, mais de duas décadas depois, eu também me encho de algo mais esperançoso”, descreveu Paula Grant Berry, membro do júri que selecionou o design do memorial.

Após os ataques, muitos defensores da construção de um centro cultural no local repetiram uma frase pronunciada pelo compositor lendário Leonard Bernstein dias após o assassinato de John F. Kennedy: “Essa será a nossa resposta à violência: fazer música com mais intensidade, mais beleza e mais devoção do que nunca.”

– Cruzamento do mundo –

O projeto, de US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) e 129 mil m², localizado aos pés do World Trade Center, foi financiado principalmente por doações privadas e recebeu uma contribuição significativa do ex-prefeito da cidade Michael Bloomberg, que aportou US$ 130 mil (R$ 640 mil).

O edifício, em forma de cubo, abriga três teatros principais, cujas capacidades variam de 90 a 950 lugares e que podem ser usados de forma independente ou combinada, com 60 configurações diferentes.

“As artes, como todos nós sabemos, são o coração do que faz de Nova York um feixe de luz para pessoas de todo o mundo”, disse Bloomberg na cerimônia de inauguração. “E Lower Manhattan sempre foi um cruzamento do mundo e um caldeirão de criatividade.”

Em seus estágios iniciais de concepção, o projeto demorou a decolar, uma vez que as atenções se concentraram no memorial e no museu, bem como no novo arranha-céu e em um centro comercial e de trânsito projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava.

Em 2015, no entanto, o arquiteto Joshua Ramus venceu um concurso internacional de design destinado a retomar o impulso, enquanto o magnata Ron Perelman doava US$ 75 milhões (R$ 369 milhões) para relançar os esforços de arrecadação de fundos.

Inaugurado, o centro pretende exibir tanto artistas emergentes quanto consagrados do mundo do teatro, da dança, da música, da ópera e outros. “O que conecta todo o trabalho através do ecletismo da programação é o que significa contribuir para a cura cívica, o que significa reunir as pessoas e criar conexões neste lugar, no World Trade Center”, resumiu Bill Rauch, diretor artístico do Perelman.

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