ROMA, 13 MAR (ANSA) – O Ministério do Interior da Itália determinou nesta terça-feira (13) o fechamento “temporário” do centro de acolhimento de solicitantes de refúgio de Lampedusa, um dos principais teatros da crise migratória no Mediterrâneo.   

A decisão foi tomada após um incêndio doloso ter deixado inabitável um dos alojamentos do local. Em um encontro em Roma entre o comando do Departamento de Liberdades Civis e Imigração e da Polícia de Fronteiras, decidiu-se pelo esvaziamento “progressivo e veloz” do centro de acolhimento.   

O local passará por obras de reestruturação e ficará fechado por tempo indeterminado. Em caso de emergência, a Itália manterá as operações de “primeiríssimos socorros” e identificação, mas distribuirá os solicitantes de refúgio entre outras cidades.   

“Desejamos para o futuro que se possa ter uma ilha onde viver em santa paz. Receber por diversos anos a opressão constante dos desembarques e não poder reagir é um drama”, afirmou o prefeito de Lampedusa, Salvatore Martello, que liga o aumento da criminalidade na ilha à presença de migrantes forçados. “Agora teremos um pouco de tranquilidade”, acrescentou.   

Atualmente, o centro de acolhimento abriga 139 pessoas, que tiveram seus pedidos de refúgio negados, mas apresentaram recurso. Situada no Mediterrâneo, Lampedusa fica mais perto da África do que do restante da Itália e se tornou mundialmente famosa por servir de porta de entrada para refugiados e migrantes forçados que se arriscam nas “viagens da morte”.   

O documentário “Fogo no Mar”, do cineasta italiano Gianfranco Rosi e que retrata a crise migratória na ilha sob o olhar de várias pessoas, chegou a ser indicado ao Oscar em 2017. (ANSA)