Centenas de pessoas marcharam neste domingo (27) em Hong Kong, antes do 29º aniversário da repressão das autoridades chinesas contra manifestantes pró-democracia na praça de Tiananmen, em Pequim.

A região semiautônoma de Hong Kong é o único lugar no território chinês, onde, a cada ano, recorda-se o aniversário do massacre com uma vigília popular no Victoria Park, em 4 de junho. O desfile sempre acontece dias antes do evento.

Durante o ato, organizado por um grupo de veteranos ativistas pró-democracia, os manifestantes pediram justiça para as vítimas de Tiananmen e reivindicaram do governo que liberte Liu Xia, a viúva do Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo. Ela continua em prisão domiciliar desde a morte de seu marido no ano passado.

Os participantes da marcha gritaram palavras de ordem como “Responsabilidade pelo massacre!”, ou “Chorem o 4 de junho, resistam ao autoritarismo”, enquanto caminhavam do distrito financeiro de Wan Chai até a sede da delegação do governo chinês na cidade.

A inabilitação de deputados pró-democracia no Parlamento e o veto a que alguns ativistas se apresentem a cargos públicos gerou preocupação em relação a um crescente controle de Pequim sobre as apreciadas liberdades em Hong Kong.

Centenas de pessoas – mais de mil, segundo algumas fontes – morreram na praça de Tiananmen, em 4 de junho de 1989, quando o Partido Comunista chinês enviou tanques para dissolver um protesto liderado por estudantes para pedir reformas democráticas.